A “nata” do surfe mundial invade paraíso de Noronha

O Brasil vai sediar mais uma vez o primeiro grande evento da temporada no Circuito Mundial de Surfe Profissional. O prazo de realização do Hang Loose Pro Contest 2005 começa amanhã e vai até o próximo domingo, no paradisíaco arquipélago de Fernando de Noronha (PE). Um total de 135 surfistas de 14 países já está confirmado para participar das comemorações do vigésimo aniversário do campeonato de surfe mais tradicional da América do Sul, nas ondas mais potentes do Brasil. E a grande novidade neste ano é que a partir das quartas-de-final os confrontos nos tubos da Cacimba do Padre passarão a ser homem-a-homem.

O Hang Loose Pro Contest aumentou sua premiação de 75.000 para 100.000 dólares, agora tem nível 5 estrelas e vai inaugurar o novo formato de disputa que está sendo implantado pela ASP (Association of Surfing Professionals) nas principais provas do World Qualifying Series (WQS). As baterias homem-a-homem eram uma exclusividade do WCT (World Championship Tour) e vão dar muito mais emoção nas fases decisivas da batalha pelos 2.000 pontos no ranking que garante 15 vagas no grupo de elite do surfe mundial, que estarão em jogo em Fernando de Noronha.

O primeiro Hang Loose Pro Contest foi disputado em 1986, quando trouxe o Circuito Mundial de volta ao Brasil, com eventos inesquecíveis na Praia da Joaquina. Já passou pelo Guarujá (SP), Baía de Maracaípe (PE), Gaibú (PE), pela Praia de Maresias (SP) e desde o ano 2000 é realizado nos tubos mais potentes do País. Depois de quatro vitórias consecutivas, com Guilherme Herdy (RJ), Fábio Silva (CE), Victor Ribas (RJ) e Neco Padaratz (SC), a hegemonia brasileira em Noronha foi quebrada no ano passado pelo sul-africano Warwick Wright, que pegou as melhores ondas na grande final contra o potiguar Marcelo Nunes (segundo lugar), o carioca Daniel Hardman (terceiro) e o jovem atleta da Equipe Hang Loose, o alagoano Marcondes Rocha (quarto), que ilustra o cartaz do Hang Loose Pro Contest 2005.

Os bicampeões

Com a primeira vitória da África do Sul nos 21 campeonatos realizados desde 1986, os surfistas estrangeiros passaram a somar dez títulos do Hang Loose Pro Contest contra onze conquistados pelos brasileiros. Nas temporadas de 1999 e 2000 foram realizadas duas edições e quatro surfistas aparecem duas vezes na lista de campeões. O primeiro bicampeonato foi com Tom Carroll em 1987 e 1988 na Praia da Joaquina, em Florianópolis (SC). Também consecutivamente, outro australiano, Nicky Wood, fez a festa no alto do pódio em 1991 e 1992 na Praia das Pitangueiras, no Guarujá (SP).

O segundo bi da Austrália aconteceu logo depois do paraibano Fábio Gouveia se tornar o primeiro brasileiro a vencer uma etapa do circuito mundial na história da ASP, em 1990. E foi também no litoral paulista que o paranaense Peterson Rosa faturou dois títulos. O primeiro veio na despedida do Guarujá em 1995 e o segundo na volta para São Paulo, em 1999, na Praia de Maresias, em São Sebastião (SP). O cearense Fábio Silva completa a relação dos bicampeões do Hang Loose Pro Contest. Ele venceu a primeira edição do campeonato no Nordeste do país, em 1996, na Baía de Maracaípe (PE), e ganhou a única decisão de Fernando de Noronha disputada no lendário pico do Abras, em 2001.

Com apresentação da Nova Schin, a 20.ª edição do Hang Loose Pro Contest conta com o patrocínio da Hang Loose e Nova Schin, co-patrocínio da Reef, Arnette e da Brisbane, apoio do governo do Estado de Pernambuco, administração da Ilha de Fernando de Noronha, Gráfica Formag?s, revista Fluir e do site Waves/Terra, além das surf shops Overboard, Star Point, Hot Water, Bleat, Central Surf, Uluwatu, Bali, Surf X-Press, 2 Surf, The Surf e Sthill. Mais informações do circuito mundial podem ser acessadas no site oficial da ASP South America: www.aspsouthamerica.com.br.

A arte e o surfe juntos por Marco Figueiredo

É possível unir artes plásticas e surfe? Se você pensa que não, certamente mudará de idéia ao conhecer o trabalho de Marco Figueiredo, desenvolvido com a marca Viking. Artista plástico brasileiro radicado nos Estados Unidos, ele tem se dedicado à pintura de arte abstrata em pranchas. O trabalho é inédito e cada prancha tem sua pintura própria, não sendo repetida.

O resultado é tão bom que já lhe rendeu exposições específicas dessa atividade, como a mostra "The Collection", promovida pela Viking, em novembro e dezembro de 2004 nos Restaurantes Piola, em Santos e São Paulo. A receptividade vem sendo muito boa e numa crescente. "A maioria das pranchas acaba enfeitando casas, de tanto que o pessoal gosta", diz o artista plástico.

Ele ressalta que não cria obras iguais. "Mantenho meu estilo, mas todas as pranchas que eu pinto ficam com seu próprio visual", comenta Marco, destacando o ineditismo do trabalho como outro detalhe importante. "Sinceramente ,eu não conheço mais ninguém que faça isso", afirma.

Advogado de formação, Marco está com 50 anos de idade. Ele partiu para os EUA em meados da década de 80, onde fez cursos de especialização e fixou moradia. Há doze anos, seu lado artista despertou. "Sempre gostei de arte e uma hora resolvi experimentar. Deu certo!", conta Marco, que já teve obras vendidas em cidades de várias partes do planeta, como Nova YorK, Paris e Tóquio.

Da amizade com Christian Wolthers – proprietário da marca Viking e um dos surfistas mais radicais do Brasil nos anos 70 – nasceu a idéia de pintar pranchas. "O Christian gostou de quadros abstratos que eu fiz e sugeriu que eu pintasse uma prancha. Ficou tão bom que ela foi vendida no mesmo dia. Achei aquilo interessante e continuei fazendo as pranchas para a Viking", recorda o artista, que combina cores vivas com linhas modernas.

Marco utiliza tinta acrílica, e garante que não busca nada em especial para se inspirar. "Simplesmente adoro o que faço. É algo que não me cansa, tanto que posso pintar dez, quinze pranchas por dia. É tanta adrenalina que, às vezes, depois de terminá-las, eu não consigo dormir."

Bienal

Paralelamente à pintura de pranchas, Marco Figueiredo continua produzindo quadros em óleo sobre tela. "No momento, existem galerias no Rio de Janeiro e em Milão interessadas em expor minhas obras", revela. Em relação às pranchas, ele acalenta um sonho: fazer uma instalação na próxima Bienal de São Paulo, que acontece em 2006.

Viking

Criada em 1973 pelos irmãos Christian e John Wolthers, a Viking Surfboards se transformou numa das principais marcas do País na época, funcionando até 83. Os dois, inclusive, eram conhecidos como os irmãos Viking, pela descendência dinamarquesa. Atualmente, Christian mora nos Estados Unidos e há três anos reativou a empresa.

HANG LOOSE PRO CONTEST

Galeria dos Campeões

2004 – WARWICK WRIGHT (AFR) – Fernando de Noronha (PE)

2003 – NECO PADARATZ (SC) – Fernando de Noronha (PE)

2002 – VICTOR RIBAS (RJ) – Fernando de Noronha (PE)

2001 – BI: FÁBIO SILVA (CE) – Fernando de Noronha (PE)

2000 – GUILHERME HERDY (RJ) – Fernando de Noronha (PE)

2000 – CRHISTIANO SPIRRO (BA) – Maresias, São Sebastião (SP)

1999 – RICHARD LOVETT (AUS) – Maracaípe, Porto de Galinhas (PE)

1999 – BI: PETERSON ROSA (PR) – Maresias, São Sebastião (SP)

1998 – ARMANDO DALTRO (BA) – Praia de Gaibú, (PE)

1997 – MARCELO NUNES (RN) – Maracaípe, Porto de Galinhas (PE)

1996 – FÁBIO SILVA (CE) – Maracaípe, Porto de Galinhas (PE)

1995 – PETERSON ROSA (PR) – Pitangueiras, Guarujá (SP)

1994 – MATT HOY (AUS) – Pitangueiras, Guarujá (SP)

1993 – JOEY JENKINS (EUA) – Pitangueiras, Guarujá (SP)

1992 – BI: NICKY WOOD (AUS) – Pitangueiras, Guarujá (SP)

1991 – NICKY WOOD (AUS) – Pitangueiras, Guarujá (SP)

1990 – FÁBIO GOUVEIA (PB) – Pitangueiras, Guarujá (SP)

1989 – GLEN WINTON (AUS) – Praia da Joaquina, Florianópolis (SC)

1988 – BI: TOM CARROLL (AUS) – Praia da Joaquina, Florianópolis (SC)

1987 – TOM CARROLL (AUS) – Praia da Joaquina, Florianópolis (SC)

1986 – DAVE MACAULAY (AUS) – Praia da Joaquina, Florianópolis (SC)

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