Terça-feira de sol, daquelas típicas de outono. É tarde de treinamento no Coritiba. Pouco a pouco, os jogadores aparecem – está programado um trabalho físico, antecedido por uma conversa com o técnico Cuca.
Quando começa o ‘batente’, no comando do fisicultor Róbson Gomes, um jogador volta para a sua monótona rotina. Marquinhos, o principal jogador do Coxa, segue se recuperando de uma pubalgia.
A lesão apareceu no início da temporada, e vinha sendo acompanhada pelo departamento médico alviverde. Como os tratamentos e treinos estavam dando resultado, ele podia continuar jogando. "Mas chegou um momento em que não dava mais. Eu não agüentava jogar", confessa Marquinhos, que acabou ficando de fora da finalíssima do paranaense. "Eu não queria estar distante naquele momento. Tanto que pedi ao Antônio Lopes para ficar no banco, pois sabia que poderia ajudar de alguma forma."
Definitivamente entregue ao DM, o armador também esteve ausente dos jogos contra o Treze e do início do Brasileiro. "Fiquei triste por não poder estar em campo na reabertura do Couto Pereira. E agora deste momento, em que tenho pessoas mais próximas a mim na comissão técnica", lamenta Marquinhos, citando o técnico Cuca e o auxiliar Cuquinha. A expectativa de retorno é contra o Fluminense, no próximo final de semana. "Se tudo correr como estamos planejando, daqui a alguns dias eu vou estar de volta", avisa.
Enquanto isso, ele segue sua rotina – manhã e tarde, bicicleta ergométrica, corrida e musculação, fundamentais para o reforço muscular. "Só muda a ordem de um dia para o outro. É meio chato, mas é a maneira para conseguir voltar sem problemas", conta o meio-campista, que segue à risca o cronograma de médicos, fisioterapeutas e nutricionistas. "Geralmente eu sou o primeiro a chegar e o último a sair. Às vezes dá vontade de bater na bola, mas eu ainda não posso."
Quando pode, Marquinhos desce da sede do CT da Graciosa e vai ao campo acompanhar os treinos. "Esta é a vantagem de estar aqui fazendo tratamento. Eu tenho como conversar com os jogadores, saber como estão as coisas e continuar próximo dos meus companheiros. Comentamos até mesmo sobre as viagens, que agora eu não posso fazer", afirma o jogador, que conta os minutos para voltar aos campos – e para se livrar da rotina de um contundido.
O primeiro dia de trabalho integral de Cuca
Alexi Stival teve ontem, a rigor, seu primeiro dia completo no Coritiba. E um dia de sossego no CT da Graciosa. Antes do treino da tarde, ele conversou com os jogadores ("Ele se apresentou para a gente", conta o zagueiro Miranda) e depois acompanhou o trabalho do preparador físico Róbson Gomes. No final, ajudou no treinamento dos goleiros. Nesta conversa, ele fala sobre o bom ambiente no clube e do que virá pela frente.
Paraná-Online – O clima está bem diferente.
Cuca – Mas isso acontece em qualquer clube, no Flamengo, no São Paulo, no Paraná Clube, no Atlético, no Coritiba. Quando tiver derrotas, você tem que conviver com elas. E você precisa saber trabalhar com a vitória. Temos que tirar proveito da vitória, assim como da derrota. E como você faz isso? Tendo um ambiente bom, salutar, com disputa sadia das posições, para que todos melhorem seu rendimento.
Paraná-Online – E também o controle da empolgação.
Cuca – Acho que isso não acontece aqui, nem tem motivo. O campeonato está começando, e o Coritiba vai evoluir muito. Vamos fazer o nosso trabalho, e vamos aproveitar tudo de bom que o Lopes deixou. Eu vejo tudo com bons olhos, pela atitude do grupo. Confio em um bom rendimento neste brasileiro.
Paraná-Online – Os jogadores mais jovens dizem que o bom do grupo é que os experientes não só lideram como ditam o ritmo dos outros.
Cuca – E é um ritmo muito forte. Eu estou muito feliz com isso, já parabenizei o Róbson Gomes por isso. Geralmente você vê os jogadores se poupando porque tem treino em dois períodos. Mas no Coritiba você precisa dar um freio neles. Isto é maravilhoso para um treinador.