Gigante de concreto armado

A casa do centenário Coritiba Foot-Ball Club

O Estádio Couto Pereira se mistura à própria história de grandeza e crescimento das tradições do Coritiba. O gigante de concreto armado, como muitos torcedores carinhosamente costumam chamar o Alto da Glória, foi também utilizado pelos co-irmãos e rivais Atlético e Paraná Clube por diversas vezes para jogos e grandes confrontos.

Mesmo com as remodelações necessárias exigidas pelo Estatuto do Torcedor e Confederação Brasileira de Futebol – CBF, o Couto Pereira com os atuais 37.182 lugares – já teve 60 mil lugares, continua sendo a maior praça esportiva da capital. Seu recorde de público é de 70 mil pessoas na visita do Papa João Paulo 2 em 5 de agosto de 1980.

Início do patrimônio

A construção de um estádio próprio era desejo de Couto Pereira. Através de um acordo com a família Iwersen, o local foi devolvido, ganhando ainda o clube um ressarcimento pelas obras construídas, no valor de 13 mil contos de réis.

Couto Pereira, mais João Viana Seiler, Pedro Nolasco Pizzatto, João Meister, Jocelyn de Sousa Lopes, Raul Lara, entre outros, atiraram-se à idéia e conseguiram achar uma área no Alto da Glória, pertencente a família de Nicolau Schaeffer, com 36.300 metros quadrados.

Mas além do dinheiro recebido da família Iwersen, havia um saldo junto a família Schaeffer, no valor de 35 mil contos de réis. E lá foram os coritibanos se socorrer na Caixa Econômica, conseguindo o que todos consideravam impossível: um empréstimo de 120 mil contos de réis. Pago o terreno, o saldo foi todo investido na construção do novo estádio.

E em 20 de novembro de 1932 era inaugurado o Belfort Duarte, com o jogo Coritiba 4×2 América. Um belíssimo estádio, de alvenaria e madeira, sem pilastras que atrapalhassem os torcedores, com o campo protegido por uma extensa cerca de arame, cedros circundando toda a propriedade, com duas quadras de tênis e mais tarde uma de basquete.

Em 1942, inauguraria uma novidade para todo o Paraná; iluminação artificial para jogos noturnos com o jogo Coritiba 4 x 2 Avaí. Era o início da grandiosa obra que mais tarde tornou-se o Estádio Major Antonio Couto Pereira.

Novo impulso

Em 1956 Aryon Cornelsen assumiu a presidência do Coritiba. O time continuava campeão, não carecia de grandes investimentos, naquele semi-amadorismo da época. Mas a visão de Aryon era mais ampla: patrimônio.

Pegou um projeto de seu irmão e maior arquiteto do Paraná, Ayrton Cornelsen, e implantou um novo estádio. Foi derrubando o antigo e rodeou o velho com arquibancadas de cimento, inaugurando em 12 de outubro de 1958 a primeira parte da grandiosa obra.

Aryon saiu em 63, foi reconstruir sua vida e o clube passou por várias crises, deixando de ganhar campeonatos, até que apareceu Evangelino da Costa Neves e o assumiu.

A obra ficara pela metade e os recursos sumiram. Foi aí que surgiu novamente a figura de Aryon Cornelsen, com novo e ampliado plano de sorteios de carros, casas, explodindo outra vez, só que agora em todo o Paraná. E o estádio começou a crescer novamente, surpreendendo a todos.

Projeto e estrutura

O estádio que conhecemos hoje é muito diferente do apresentado no primeiro projeto. O estádio olímpico teria capacidade para 75 mil pessoas, sendo 48 mil sentadas, 54 lojas com 50 metros quadrados cada, formando um shopping center, um hotel com 108 leitos, restaurante, salão nobre, museu e sala de musculação.

Seu formato seria a continuação das atuais cadeiras sociais do estádio, com arquitetura simétrica e arquibancadas frontais similares. Nas laterais haveria uma decaída, dando um charme ainda maior à obra.

Sonho e realidade

Quando Evangelino da Costa Neves assumiu a presidência do Clube foi que a construção do grande estádio teve efetivamente continuid,ade. Novamente com a colaboração de Aryon, dessa vez nos bastidores, e o apoio dos irmãos Mauad, o estádio começou a ganhar sua dimensão.

O projeto ganhou novas formas, mais uma vez arrojadas para seu momento. Seria viabilizada a construção de três anéis de arquibancada, que formariam uma linda e inovadora arquitetura.

À partir de 1977 o nome do estádio foi alterado de Belfort Duarte para Major Antônio Couto Pereira, em referência ao presidente que inicio o sonho de ter o estádio atual.

No início de 2005, o estádio ficou fechado para uma série de obras na sua estrutura, que hoje dão mais conforto ao torcedor, as jogadores assim como na drenagem do novo gramado, seguindo as normas das Fifa.

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