À beira do colapso, Renault troca até de mecânico

O estado de tensão em que a Renault se encontra é tudo que Michael Schumacher poderia desejar para as duas etapas finais do mundial de Fórmula 1. O alemão vai para a pista em Suzuka neste fim de semana envolto em calma e tranqüilidade. Seu adversário Fernando Alonso, em compensação, anda brigando até com o companheiro de equipe, o inofensivo Giancarlo Fisichella.

A perda da liderança do mundial foi tão mal digerida pelo time que até o mecânico que deixou uma porca da roda de Alonso escapar num pit stop em Xangai será trocado. ?A situação seria de enorme pressão sobre ele e achamos melhor substituir?, disse Flavio Briatore, diretor da equipe.

Alonso perdeu cerca de dez segundos em sua segunda parada no GP da China por conta da falha do mecânico. ?Não fosse isso, eu poderia ter brigado com Schumacher nas últimas voltas?, lamentou o espanhol, que cruzou a linha pouco mais de três segundos depois que o rival.

Schumacher está nadando de braçada nas suas últimas duas corridas na categoria. Ontem, no Japão, disse que sua experiência em decisões será fundamental na briga com Alonso. ?Estou neste negócio há 16 anos e já passei por isso várias vezes. Sei como lidar com situações assim?, falou. Schumacher e Alonso estão empatados com 116 pontos, mas Michael tem vantagem no número de vitórias, sete a seis.

No passado, o ferrarista disputou títulos até as últimas etapas contra Damon Hill, Jacques Villeneuve e Mika Hakkinen. Alonso ganhou sua taça em 2005 com facilidade, definindo a conquista a duas provas do encerramento da temporada, sem ser ameaçado ao longo do campeonato.

Fernando tentou ontem aplacar os ânimos do time depois de disparar críticas severas, especialmente, a seu parceiro Giancarlo Fisichella. ?O ambiente na equipe é fantástico?, jurou, poucas horas depois de dizer que o italiano não deveria tê-lo ultrapassado na China, quando seus pneus estavam ruins. Para ele, Fisichella o submeteu a situações de risco, como quando colocou seu carro lado a lado no fim da reta de Xangai.

Alonso também não teria gostado de saber que Giancarlo foi a uma festa promovida por Schumacher depois da vitória chinesa, num hotel da cidade. O segundo piloto da Renault rebateu. ?Estou surpreso com o que Fernando vem dizendo. É óbvio que corro para mim, não para ele. Se puder ajudar, ajudo. Mas não vou parar meu carro para ele passar. Vamos conversar sobre isso. O importante agora é seguirmos juntos até o fim da temporada?.

O grid de largada para o GP do Japão sai na madrugada de amanhã, das 2h às 3h de Brasília. A largada para a corrida, penúltima etapa do mundial, acontece às 2h do domingo. A prova terá 53 voltas.

Zerado há 2 GPs, Massa é cobrado por Brawn

Depois de conquistar sua primeira vitória na F1, no GP da Turquia, Felipe Massa não marcou mais pontos. Na Itália, brigava pelo pódio quando teve de fazer uma parada extra nos boxes e terminou em nono. Em Xangai, fazia prova de recuperação após ser punido por troca de motor, mas abandonou depois de um toque com David Coulthard.

As duas corridas sem bons resultados do brasileiro preocupam a Ferrari. O time precisa dos pontos de Felipe, tanto no Mundial de Construtores, quanto para ajudar no título de Michael Schumacher entre os pilotos.

?É preciso que ele volte a pontuar. Isso é muito importante para nós agora?, disse o diretor-técnico da equipe, Ross Brawn, em entrevista à ?Speed TV?, durante os preparativos para o GP do Japão.

No mesmo período, Schumacher venceu as duas corridas, conquistou 20 pontos e assumiu a liderança na classificação de pilotos. Mas a Ferrari perdeu a ponta para a Renault entre as equipes na China.

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