?Foram duas conquistas parecidas: muito importantes para o futebol do estado, mas sem muita repercussão nacional, principalmente porque foi contra dois adversários (Bangu e São Caetano) sem muita tradição e torcida?, comentou Luiz Augusto Xavier, editor de esportes de O Estado presente nas duas decisões: no Maracanã, em 1985, e no Anacleto Campanela, em 2001.
Xavier também destacou outros pontos em comum entre as duas campanhas, como o descrédito da imprensa nacional. ?Os clubes iam avançando de fase, quartas, semifinal, mas a imprensa de fora sempre achava que ia ser o último passo, que as equipes não iam chegar à decisão?, lembrou o autor da coluna Toque de Letra.
Outra semelhança foi o fato de os dois times terem usado o regulamento da competição como trunfo para chegar ao título. O Atlético usou muito bem o fator campo, os jogos de quartas-de-final e semifinal foram uma única partida, e, devido a melhor campanha, no Joaquim Américo. Na decisão, em dois jogos, fez a primeira partida em casa e largou com uma diferença de dois gols. Já o Coritiba fazia uma preparação especial e adotava uma escalação diferente para cada jogo. ?Muita gente disse que o Coritiba jogou feio, mas ele jogou para ganhar?, disse Xavier.
Ele lembrou que, apesar de terem decido o título contra times de pouca expressão, a dupla Atletiba precisou encarar grandes equipes nas fases anteriores – antes de chegar à final, o Coxa bateu o Corinthians duas vezes e na fase final passou pelo Santos e Atlético-MG, de Reinaldo, enquanto o Furacão, que fez a segunda melhor campanha de toda a primeira fase, eliminou o São Paulo, com Kaká e tudo, e o Fluminenese.
Com a boa campanha que o Paraná Clube vem fazendo até agora no Brasileirão 2006, quem sabe este ano O Estado não cobre o terceiro título nacional de um time paranaense?