Na disputa com o Santos pelo campeonato brasileiro deste ano, o Atlético de 2004 mostra evolução sobre o de 2001 em alguns pontos, mas precisa melhorar ainda no quadro geral para buscar a segunda estrela dourada e assumir a hegemonia do futebol nacional no século 21. A maior diferença entre um e outro está no ataque. A equipe campeã anotou 68 gols em 31 jogos e garantiu um aproveitamento de 67,7%, que seriam suficientes para o time de hoje ser líder com folgas. No entanto, a defesa faz a diferença na equipe atual ao tomar apenas um gol por partida, a segunda melhor média entre os participantes.
Considerado um dos melhores times rubro-negros de todos os tempos, o Furacão de 2001 ainda ostenta virtudes difíceis de ser superadas na atual temporada. Mesmo com uma fórmula com plays-off após turno único, o time do técnico Geninho terminou a competição mostrando que era mesmo o maioral. Superou os rivais nos critérios técnicos e mostrou um futebol memorável. Além da força do conjunto, tinha dois matadores inspirados (Kléber e Alex Mineiro), um passador de primeira (Adriano) e um driblador na lateral (Alessandro), que estava na melhor fase e desequilibrava pelo lado direito, de acordo com levantamento realizado pelo Instituto Datafolha.
Por outro lado, sua defesa não era das melhores e era vazada 1,45 vez por partida. Se era defeito em 2001, já que entre os 28 participantes da competição ficou apenas com a 17.ª colocação neste quesito, agora é um dos destaques. Nas 30 partidas realizadas até aqui, a cozinha tomou apenas 30 gols. Méritos também para o goleiro Diego, que a cada partida conquista mais os torcedores, e para Marinho, que é o quarto maior “ladrão” do brasileiro.
Além da defesa, melhor em números absolutos, os outros destaques do time atual são os atacantes Dagoberto e Washington. O primeiro é o segundo maior driblador da competição e o mais caçado pelos zagueiros adversários. Já Washington mostra competência como finalizador, quesito onde é o melhor do nacional. Tudo isso, por enquanto, ainda não se traduziu em melhor aproveitamento, porque o time ainda desperdiça muitos passes. Ninguém se destaca neste quesito entre as principais equipes e o elenco ainda conta com um dos piores passadores do nacional, o ala-direito Raulen, que acerta em média apenas 30,6% das bolas que serve aos companheiros.
Levir Culpi avalia adversário de Domingo
Um olho no gato e outro no peixe. Assim, o técnico Levir Culpi iniciou a preparação do Atlético para enfrentar o Cruzeiro, às 18h de domingo, no Mineirão. Após as chuvas na terça-feira, o treinador comandou ontem o primeiro treino técnico, mas vai aproveitar a estréia da Raposa na Copa Sul-Americana, hoje, para fazer novas avaliações sobre o próximo adversário no campeonato brasileiro. Para este confronto, Bruno Lança, William e Pingo disputam os lugares de Rogério Correia e Fabiano, expulsos.
“Nós fizemos um trabalho acompanhando os nossos últimos jogos e também as partidas do Cruzeiro”, disse Levir. Como não pôde trabalhar com os jogadores na terça-feira devido às chuvas intensas, o treinador aproveitou para acompanhar as últimas partidas do adversário. Hoje, ele terá mais uma chance de ver a Raposa, que enfrenta o Goiás, no Serra Dourada. “O Cruzeiro tem jogado as últimas partidas com muitos desfalques. O Sorín, por exemplo, jogou apenas uma partida e está disputando lugar com o Leandro”, analisou.
De qualquer forma, Levir prefere armar o melhor Atlético para encarar a Raposa no Mineirão. “O melhor é preparar a nossa equipe da melhor forma possível. O que vale é a concentração no nosso trabalho”, apontou. Para ele, a intenção é uma só: vencer. “Vamos para Belo Horizonte com o pensamento firme e em busca do nosso objetivo”, destacou.
Sobre o time, como é de praxe, Levir não comenta as possibilidades. No entanto, o treinador testou algumas variações, como a entrada de Bruno Lança na zaga e William na meia-cancha. O volante Pingo também ganhou uma oportunidade, no lugar de Bruno Lança e, assim, o esquema tático passaria para o 4-4-2. A provável formação para domingo deverá ter Diego; Marinho, Bruno Lança e Marcão; Fernandinho, Alan Bahia, William, Jádson e Ivan; Dagoberto e Washington.
