Silêncio, cortinas cerradas e palco vazio. O projeto sociocultural e socioeducativo Palco Escola, realizado por meio da Associação Amigos do Pé no Palco, chegou à maioridade em 2020. Um ano diferente para quem está acostumado a ter contato nos palcos da vida, mas mesmo com todas as barreiras, esta turma do bem seguiu com o mesmo ideal: a de servir ao próximo utilizando a arte como instrumento de esperança.
O Palco Escola foi criado em 2002 e atende crianças, adolescentes e jovens entre 7 e 18 anos que são expostos à violência, à desigualdade econômica e à pouca expectativa de vida, todos de escolas da rede pública de ensino. Com a necessidade de contribuir com a inclusão social e a conscientização da importância do acesso à arte e à cultura, artistas e simpatizantes resolveram não esperar a boa vontade do poder público para começar a agir.
A sede do projeto fica na Rua Conselheiro Dantas, no bairro Prado Velho, e virou sala de aula de diversas formas de arte, em especial o teatro. Nos primeiros anos de atividade, foram 25 bolsas de aulas que tiveram o apoio de voluntários e padrinhos, todos de maneira gratuita. Os resultados foram aparecendo dentro e fora do palco, como uma melhor socialização dos alunos, mais autoestima e evolução também no rendimento escolar.
Com o passar dos anos, a ajuda do Palco Escola foi subindo de 35, 45, 60, 106, 160, 470 e atingiu, em 2019, a incrível marca de 6000 pessoas impactadas. O trabalho na formação, difusão e intercâmbio chegou até vários pontos de Curitiba e região metropolitana, utilizando ferramentas socioculturais de arte-educação, pesquisa, montagem e apresentações de espetáculos.
Giselle Paula de Lima, 40 anos, é presidente da associação e acompanhou todo o processo que hoje é exemplo para o meio cultural. “Acreditamos na arte como meio para uma educação integral, na força do teatro para a construção do pensamento crítico reflexivo e na convivência criativa que valoriza o mundo sensível, o exercício da cidadania e da ocupação saudável”.
Aí aparece a covid-19
Ao longo destes 12 anos de convivência e aprendizado, o Palco Escola passou por inúmeras barreiras, mas soube trabalhar com a eterna vocação de um artista. No entanto, a pandemia trouxe dificuldades para quem convive com a arte. O público não está presente e consequentemente, os ensaios foram suspensos para evitar contatos mais próximos.
Além das aulas para crianças, adolescentes e jovens, o projeto colabora com as famílias que trabalham no entretenimento como artistas e técnicos. “Tivemos que parar a partir do dia 18 de março. Comunicamos alunos, escolas e os pais para entender o que estava acontecendo e retornamos de maneira remota. Infelizmente, muitas famílias têm dificuldade no acesso à internet ou mesmo não tem um celular. Ajudamos com cesta básica, ajudamos no cadastro em auxílios do governo, na busca de emprego, confeccionamos currículos e tivemos apoio de psicólogos de alunos e familiares. Estamos vivendo uma crise de valores, mas acreditamos que o novo vai fazer a diferença”, ressaltou Giselle.
Como ajudar?
Atualmente, 80 famílias recebem o auxílio do Palco Escola. Neste fim de ano, a ideia da direção é doar alimentos e brinquedos para proporcionar dias mais amenos e felizes para as famílias assistidas. Cestas básicas, produtos de limpeza, brinquedos e panetones podem ser doados.
Se você quer ajudar, entre em contato com a Giselle pelo telefone (41) 99161-7383. Caso queira ajudar fazendo doação em dinheiro, a conta bancária é:
– Banco do Brasil (001)
– Agência: 3007-4
– Conta Corrente: 32.872-3 /
Amigos do Pé no Palco – Ação em Valores Humanos
CNPJ: 05.343.176/0001-60