Dificuldade para ouvir, enxergar, manter a atenção ou até mesmo para interpretar um texto. Estas e outras limitações físicas ou cognitivas são muitas vezes os principais motivos que fazem com que muita gente acabe adiando ou até mesmo desistindo do sonho de estudar e ter uma profissão. Barreiras que, no entanto, podem ser superadas.
Segundo a professora integrante do Núcleo de Desenvolvimento de Discentes e Docentes dos cursos presenciais e de ensino a distância (EAD) da Faculdade Dom Bosco, Rosani Kinasz, com ações de acessibilidade, que verificam quais são as necessidades de cada aluno e adaptam materiais e a forma como o conteúdo é apresentado, os estudantes conseguem ter maior compreensão e aproveitamento do que é ensinado, podendo concluir um curso de graduação e se preparar, assim como seus colegas, para o mercado de trabalho.
“Nosso trabalho de inclusão é tirar as barreiras que impedem o conhecimento. Estas limitações podem ser uma rampa, a necessidade de um intérprete para fazer uma prova ou o jeito como o material é apresentado a este aluno com necessidades especiais”, explica a profissional que trabalha gerenciando este processo de inclusão, auxiliando alunos e orientando os professores.
Rosani ainda explica que quando um aluno com necessidade especial se matricula em uma instituição, seja ela de ensino fundamental, médio ou superior – presencial ou de EAD – ele deve buscar saber se a escola ou universidade conta com algum tipo de apoio profissional aos estudantes.
“O aluno deve solicitar este acompanhamento à coordenação, já que esse é um direito garantido por lei”, diz Rosani, que ainda afirma que não são necessários muitos recursos para promover a inclusão. “Não precisa ser algo muito mirabolante. É principalmente um olhar para a pessoa com necessidade especial, para ouvi-la e entender o que ela precisa para estudar e se desenvolver”.
Material e conteúdo personalizado
Além de ser uma boa opção quando se pensa em economia e de flexibilidade nos horários de estudos, os cursos de ensino a distância ainda podem ser uma boa saída em termos de acessibilidade, facilitando os estudos para quem tem problemas auditivos, de visão, transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) ou dificuldades de compreensão, como o Distúrbio do Processamento Auditivo Central (DPAC), entre outras limitações.
Mas com a ajuda da tecnologia e de profissionais capacitados, mesmo a distância, os professores conseguem preparar um material personalizado para cada um destes estudantes, para que eles entendam o que é cobrado nas provas e nos trabalhos, podendo aprender e ter bons resultados nas avaliações.
“Existe uma orientação geral, que serve para todas as pessoas as cegas, por exemplo, e as específicas, que dizem respeito a cada aluno. Eu converso com este aluno e depois digo para os professores como devem ser feitas as provas e a apresentação do conteúdo para ele. É bem individualizado”, relata Rosani.
Resultados
A professora comemora os frutos deste trabalho em equipe, feito em prol de inclusão. “Nós temos tido bons resultados nos cursos de EAD. Já ouvi de uma aluna, que tem dificuldades de aprendizagem, que pela primeira vez ela se sentia importante e que as coisas faziam sentido na vida dela. Ela que sempre esteve fora de seu período e com várias dependências, após o acompanhamento e algumas mudanças em seu processo de aprendizagem, conseguiu ir para o período certo e ficar com todas as notas acima de 7. E isso é muito bom”, conclui Rosani.