Lançado no fim de 2019, sedã média renovado se destaca pela motorização atualizada e visual moderno

Por Renyere Trovão, especial para a Tribuna do Paraná

O Toyota Corolla é um modelo muito requisitado no mercado de seminovos. Com a chegada da nova geração em setembro de 2019, a procura intensificou-se, principalmente entre os mais jovens, atraídos pelo visual mais arrojado e esportivo. Pode ser uma boa oportunidade para quem busca um sedã médio bem atual e com baixa quilometragem, custando cerca de 9% a menos do que a opção zero km.

Fomos até a concessionária Toyota Sulpar, em Curitiba, para saber detalhes do modelo e dar uma voltinha na versão intermediária 2.0 XEi automática, a que mais vende. Na loja de seminovos da Sulpar, ela custa R$ 114,9 mil (2019/20), com uma média de 10 mil km rodados nas unidades disponíveis – ou R$ 11,7 mil a menos que a mesma configuração zero km.

Dono tem o costume de “casar” com o Corolla

Com exceção de os motoristas que renovam a garagem a cada dois ou três anos, o Corolla é o tipo de carro que tem uma relação duradoura com o proprietário. O que só fortalece a fama de que não “quebra”, que é um veículo seguro, principalmente em relação à mecânica.

Mas há outros ingredientes que valorizam esse casamento estável. Como o fato de a marca não inventar muito na hora de equipar o modelo, oferecendo ao cliente o que ele mais busca no carro; de ter um custo relativamente baixo de manutenção; e de não sofrer com a desvalorização, podendo ser vendido mais tarde sem que o proprietário perca tanto dinheiro.

O status de dirigir o modelo mais vendido no mundo e o líder absoluto da sua categoria no Brasil também influenciam nessa relação, de acordo com Priscila Polli, gerente Comercial de Vendas de Novos e Seminovos da Toyota Sulpar Hauer.

“O perfil do comprador do sedã é mais sofisticado, que prioriza a segurança e a confiabilidade da marca. Homens e mulheres da classe A e B, acima de 35 anos”, frisa a executiva.

Em resumo, a longa relação entre carro e o dono é fruto da reputação que tanto o modelo quanto a Toyota conquistaram no Brasil, montadora que sempre é muito bem avaliada por seus consumidores.

Sinkiti Kumasawa adquiriu um Corolla híbrido na Sulpar, o 10º exemplar do sedã médio a colocar na garagem. Foto: Rodolfo Buhrer

O agente financeiro Sinkiti Kumasawa, 79 anos, por exemplo, é cliente fiel da Sulpar desde quando comprou o primeiro Corolla, em 2000.  Passados 20 anos, o curitibano já teve outras seis unidades. A mais recente é a versão híbrida do carro, que estreou no ano passado.

“Eu sempre customizo meus carros com acessórios e todos os funcionários já me conhecem. E destaco o atendimento personalizado focado nas necessidades do cliente, além da abertura para negociação de valores na compra”, salienta Kumasawa.

Suspensão e direção elétrica aprimoradas

Demos uma voltinha no Corolla XEi pelas ruas de Curitiba para entender um pouco mais o que é estar ao volante do carro. E de cara notamos que as características mais valorizadas pelo público do sedã médio continuam presentes na nova geração: a direção confortável e o rodar suave.

A nova plataforma GA-C, inserida na nova filosofia de construção TNGA, trouxe a suspensão independente nas quatro rodas ao Corolla. Já a presença de aços mais nobres resultou num ganho em rigidez torcional de 60% sobre o antecessor.

A combinação disso se traduz em conforto a bordo, com uma melhoria na absorção dos impactos em pisos irregulares, ajudada também pelas novas rodas de aro 17.

A direção elétrica recalibrada ficou ligeiramente mais pesada, deixando as respostas mais rápidas em velocidades maiores, sem perder a leveza na hora de estacionar. Os controles de estabilidade e de tração agora vêm de série em toda a linha.

O revestimento acústico foi aprimorado com a presença de uma camada extra de isolamento e de feltros nos painéis de porta. O resultado é um baixo índice de ruído vindo de fora e também do motor.

Motor 2.0 flex mais potente

O motor 2.0 não é o mesmo da geração anterior. Ele está mais moderno e potente. Tem injeção de combustível direta (na câmara de combustão) e indireta (no coletor de admissão) – no anterior era só indireta -, além de uma série de inovações técnicas voltada à eficiência.

São 177/ 169 cv e 21,4 kgfm de torque (etanol/ gasolina), contra 154 cv e 20,7 kgfm do antigo. É suficiente para um rodar tranquilo, com retomadas espertas e fôlego de sobra. Ele cumpre o zero a 100 km/h em 9,7 segundos, ante os 10,3 s da linha passada.

O propulsor trabalha em ótima sintonia com o também novo câmbio CVT. Diferentemente de outras transmissões com relações infinitas, que mantém o giro no alto o tempo todo quando o acelerador é pressionado, a do Corolla simula a troca de até 10 marchas, evitando a gritaria debaixo do capô.

“A engenharia inovou ainda mais ao colocar a primeira marcha mecânica. Isso melhora o desempenho e o consumo de combustível”, observa Vanessa Nascimento, gerente de Pós-Venda da Toyota Sulpar Alto da XV.

O câmbio ainda possibilita acionar a modo Sport, que permite uma condução mais arisca, com a rotação subindo rapidamente.

Há ainda a possibilidade da troca manual das marchas simuladas por borboletas atrás do volante. Porém, o sistema vai mudá-las sozinho quando o ponteiro do conta-giros atingir certo limite.

“O câmbio de 10 marchas trouxe maior equalização das condições ideais de uso entre rotações (rpm) x velocidade e, consequentemente, maior autonomia de combustível”, destaca Luiz Carlos Júnior, gerente de Pós-Venda da Sulpar.

O Inmetro aferiu consumo de até 11,9 km/l na cidade e de 13,9 km/l na estrada.

Espaçoso e com ar jovial

O desenho do painel trouxe uma aparência mais esportiva ao interior do Corolla. Foto: Rodolfo Buhrer

A Corolla segue com uma cabine que acomoda 5 passageiros. A 12ª geração manteve o bom entre-eixos de 2,70 m, entregando espaço mais do que suficientes para as pernas dos ocupantes traseiros.

Já o assoalho quase plano torna menos sofrida a viagem para o passageiro no assento central. E ainda manteve o razoável porta-malas de 470 litros da geração anterior.

Visualmente o carro exibe um ar esportivo, destacado pelos vincos mais profundos na carroceria e pelo desenho dos faróis e das lanternas traseiras, que invadem a lateral.

O ambiente interno ficou bem mais jovial, com materiais e texturas atualizadas e condizentes com o ar esportivo da nova geração.

O quadro de instrumentos mescla mostradores analógicos e digital (que exibe também o velocímetro e outras funções do carro).

Itens de série “obrigatórios”

Na versão XEi, o Corolla entrega itens considerados obrigatórios para um sedã médio. É o caso do revestimento dos bancos em couro, central multimídia com tela de 8” e espelhamento Apple CarPlay e Android Auto, câmera de ré, rodas de liga aro 17, chave presencial (abertura e fechamento da porta sem chave e partida no botão) e ar-condicionado digital, apenas para citar os principais itens.

De série, ele já vem com 7 airbags, controles de tração e estabilidade, acendimento automático dos faróis, entre outros recursos.

Manutenção simples e peças resistentes

As manutenções do Toyota mais vendido no Brasil são simples, em geral exigindo sempre a troca de lubrificante de motor, filtro de óleo e filtro de combustível. Após os 40 mil km inicia-se troca de fluidos de freio e demais filtros importantes, como o de ar.

“A manutenção é preço fechado e disponível via site da própria montadora. O custo das revisões, com troca de peças e mão de obra de inspeção parte de R$ 370 e vai até R$ 1.044 no maior gasto previsto”, informa Vanessa Nascimento.

O motor do Corolla não possui correia dentada desde a geração lançada em 2002, sendo assim o usuário não precisa se preocupar com este custo na manutenção.

“O motor funciona por corrente de comando, que só é trocada em caso de danos graves que a danifique e exija sua troca”, diz a gerente de Pós-Venda.

Segundo a funcionária da loja do Alto da XV, conjunto de velas tem previsão de troca pelo plano de manutenção somente aos 100 mil km, desde a geração lançada em 2009 até o modelo atual.

Já a substituição dos discos de freio depende do perfil de cada motorista. “Observa-se a tendência de troca na segunda substituição das pastilhas de freio, em média aos 70 mil km. As pastilhas, se trocadas de forma preventiva, aumentam a vida útil do disco”, salienta.

Em relação ao amortecedor, o conjunto está sujeito à troca antecipada se sofrer impactos severos ou graves. Agora, em relação ao desgaste de componentes, na Toyota estima-se mais de 80 mil km para troca desses componentes.

Tabela da manutenção periódica de dezembro/20

RevisãoPreço fixo
R$ 370
R$ 690
R$ 546
R$ 1.044
R$ 543
R$ 981

Conclusão

Em resumo, o Corolla mantém todos os predicados que fizeram a fama do sedã e referência dentro da categoria. Desta vez com o acréscimo de um conjunto mecânico mais moderno e eficiente, além do visual para todos os perfis de condutores.

Portanto, se a ideia é apostar num seminovo com espaço e boa reputação, a versão XEi do Toyota pode ser uma ótima pedida.

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