Para o motorista brasileiro, quanto menor a quilometragem, melhor. Showroom do Grupo Sulpar, em Curitiba, só tem carros com pouco uso
A cultura do motorista brasileiro em relação à compra de um carro usado é: quanto menor a quilometragem, mais interessante ele fica. E dentro dessa mentalidade, o seminovo surge como uma alternativa para quem busca um modelo mais completo com etiqueta de zero km de básico.
Principalmente em época de pandemia, quando assistimos a sucessivos aumentos na tabela de preços dos veículos novos. A procura pelo seminovo está mais aquecida, a ponto de esvaziar o estoque de muitas revendas e concessionárias.
Via de regra o seminovo é aquele automóvel com até três anos de uso, uma média anual de 15 mil km rodados, único dono desde a saída da autorizada e em ótimo estado de conservação da lataria e mecânica.
Algumas lojas respeitam essa classificação ou trabalham muito próximo dela para fazer jus ao conceito de seminovo.
Por exemplo, quem entra no site do Grupo Sulpar – que representa as marcas Toyota e Kia em Curitiba e Paranaguá –, vai perceber que as opções de seminovos possuem hodômetro que não ultrapassam os 50 mil km e a idade de três anos.
É possível até encontrar um modelo que fuja a esse padrão, mas aí é uma exceção, garante Fabio Calligari, diretor de Operações da empresa paranaense que tem quase 60 anos de mercado.
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No momento em que a reportagem fez a consulta na página da Sulpar havia apenas um modelo acima dos 50 mil km – um Toyota Corolla 1.8 2017.
“Há situações de veículos mais rodados, que estando com uma boa apresentação, colocamos no estoque para venda normalmente, mas é exceção”, diz o executivo.
Rígido controle de qualidade
Para figurar na vitrine de seminovos da Sulpar, o veículo é submetido a um rígido controle de qualidade, afirma Cleber Lima, coordenador de Oficina da Sulpar Alto da XV.
Ele conta que todas as unidades do estoque passam por uma rigorosa etapa de vistoria mecânica e itens de desgaste natural para que o veículo seja entregue revisado para o novo proprietário.
Já Calligari lembra que cada seminovo tem características únicas. E a marcação no hodômetro é uma delas.
“É possível um veículo com 60 mil km estar em melhores condições de mecânica, manutenção, pneus e lataria do que um de 20 mil km, por exemplo”, ressalta o diretor, que considera o cuidado na revisão periódica e as condições de uso como fatores fundamentais na conservação do veículo.
No entanto, ele reconhece que a cultura do mercado brasileiro é quem define a composição do showroom de seminovos.
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“Obviamente se você tem dois veículos no estoque do mesmo modelo e ano, mas um possui 20.000 km e outro 60.000 km, o primeiro terá maior apelo de venda”, destaca, como justificativa à política adotada pelo grupo.
Km alta também é valorizada
Essa preocupação de algumas autorizadas trabalharem com baixa quilometragem não diminui as chances de o cliente incluir seu seminovo com km alta na troca por um carro novo. Ou então de haver uma maior desvalorização do usado na negociação.
A Sulpar, por exemplo, trabalha com um aplicativo de leilão para destinar as opções mais rodadas a revendedores independentes. O veículo é anunciado nesta plataforma e os lojistas ofertam seus lances. Quem dá o maior lance, fica com o carro.
“Isso faz com que o cliente tenha toda a facilidade, conveniência e segurança em oferecer seu usado como forma de pagamento. Além disso, poderemos pagar mais pelo veículo dele e, assim, valorizar todos os usados”, salienta Calligari.
Por isso, o executivo frisa que tanto a Toyota Sulpar quanto a Kia Sulpar aceitam modelos com mais anos de uso na troca pelo zero km. “Não importa qual seja o modelo, a marca e o ano de fabricação”, complementa.
Planos de financiamento flexíveis
Se você está disposto a levar um seminovo para casa, saiba que a compra hoje em dia ficou bem mais fácil que no passado. Os planos e financiamentos estão mais flexíveis e vantajosos, inclusive com as mesmas taxas e prazos de um zero km.
É possível ainda escolher o valor da entrada e o número de parcelas da maneira que melhor couber no seu bolso.
“Só é preciso respeitar as condições de cada financeira e o ano do modelo escolhido. O mais comum é a entrada a partir de 30% do valor do veículo”, ressalta Tânia Macedo, gerente Comercial da Toyota Sulpar Alto da XV, que atende as marcas Toyota e Kia Motors em Curitiba e Paranaguá.
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Quanto maior for o valor da entrada, mais suaves serão as prestações e menos juros incidirão sobre a operação. A Sulpar oferece também a recompra pela loja ao fim do contrato de financiamento.