Em Curitiba, profissionais são responsáveis por monitorar o bem-estar de suas comunidades e fazem a diferença no cotidiano das famílias

Por Bruna Quaglia ColmannContent Store

Eles conhecem a comunidade como ninguém. Criam vínculos com os pacientes, tiram dúvidas e orientam sobre as formas de prevenção para uma série de doenças. Os agentes comunitários de saúde (ACS) fazem um verdadeiro “trabalho de formiguinha”, coletando dados de casa em casa com um único objetivo: garantir o bem-estar dos curitibanos. 

Cada Unidade de Saúde (US) do município tem um grupo de agentes que trabalha especificamente naquela região. Em Curitiba, o programa de ACS começou a funcionar em 1999 e, atualmente, a cidade conta com aproximadamente 506 profissionais ativos na área. 

“Os agentes são um elo entre a comunidade e a Unidade Básica de Saúde. São eles que trazem informações sobre a realidade dos pacientes”, exemplifica a secretária municipal de saúde, Beatriz Battistella. Os ACS desempenham diferentes funções, como o acompanhamento do quadro de gestantes, crianças, hipertensos e diabéticos, e transmitem orientações para promover saúde ambiental, como por exemplo, medidas contra a dengue. Os dados coletados pelos ACS podem ajudar a equipe médica a realizar tratamentos mais direcionados aos enfermos.

Com afeto e carinho

Os agentes de saúde criam vínculos com a comunidade. Foto: Valdecir Galor/SMCS

Para desempenhar sua função, o agente comunitário de saúde precisa desenvolver um contato próximo e frequente com os moradores das regiões em que atuam. Disso, criam-se vínculos que se transformam em carinho, cuidado e afeto.  

A ACS Keldy Botelho tem 23 anos de profissão, e fez parte da segunda turma de agentes de saúde de Curitiba, em 2000. Para ela, a conexão com os pacientes é muito importante, e faz toda a diferença no tratamento. “O trabalho é um aprendizado de vida. Tem acolhimento, conversa e liberdade para entender melhor sobre as necessidades daquela família.”

Keldy comenta que os pacientes a procuram para tirar dúvidas. Sempre que a encontram na fila do mercado ou no ônibus, por exemplo, perguntam sobre os agendamentos de consulta. Ela mora na mesma região da Unidade de Saúde onde trabalha, o que faz com que seu conhecimento sobre a comunidade seja ainda maior.

A agente de saúde Zilda Aparecida também reside no mesmo bairro da US em que atua. Assim como Keldy, entrou na segunda turma do programa de ACS em Curitiba e também completou 23 anos de atuação. “Estou atendendo os filhos das pessoas que eu atendia há uns anos atrás. Já tenho um grande vínculo com esses moradores”, conta.

Cuidando das novas vidas

Os agentes de saúde acompanham as gestantes. Foto: Valdecir Galor/SMCS

Nem só de tratamento são feitos os aconselhamentos e auxílio dos ACS. É papel dos agentes acompanhar também a gestação de novas vidas e garantir a saúde das novas gerações. A ACS Zilda Aparecida acompanha mensalmente as grávidas de sua região, visitando-as frequentemente para verificar como está a mãe e o bebê, reforçando a importância do pré-natal e da aplicação das vacinas nos primeiros dois anos das crianças.

“A saúde não se resume apenas aos remédios”, pontua Beatriz Battistella, chamando a atenção para o papel fundamental que os ACS têm em trabalhar com a prevenção. “Sem o ACS, a Unidade de Saúde fica ‘cega’”, define Keldy. 

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