Por Marinna Prota Impossível não reparar quando o barulho compassado do motor de uma moto surge nas ruas de Curitiba. […]

Por Marinna Prota

Impossível não reparar quando o barulho compassado do motor de uma moto surge nas ruas de Curitiba. Para todos os gostos e modalidades, a capital paranaense se reserva ao direito de ter as principais concessionárias de motocicletas do país. São estilos customizados, de velocidade, para viagens confortáveis, para o uso cotidiano, econômicas e até beberronas.

Apesar dos dias de chuva e nublados, sem contar o friozinho, os adeptos das duas rodas estão crescendo. O Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR) vem registrando o aumento de licenças de motoristas para pilotar nos últimos dez anos, assim como o emplacamento de motocicletas na cidade.

Com seus cabelos loiros e corpo franzino, quem olha de longe pensa que é difícil uma mulher do porte de Bruna Wladyka, de 31 anos, dominar uma moto de centenas de quilos. Mas não é! Idealizadora do movimento #ElasPilotam, a empresária curitibana conta que sempre esteve envolvida com o meio, pegou gosto pela pilotagem e isso acabou revolucionando sua vida.

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Bruna relata que sua história com o motociclismo começou realmente em 2013, quando fez o BMS em Curitiba, um evento para motociclistas do país inteiro. Segundo ela, na época, a cidade já se destacava nesse mercado. “Foi natural que, com o passar do tempo, eu fosse tomando gosto pela moto. Virou um hobbie, até que eu passei a pilotar”, conta.

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Com a proposta de incentivar mulheres a “pilotarem suas vidas”, a motociclista representa uma parcela daquelas que saíram da garupa, mas que veem a postura de libertação feminina em um meio ainda predominantemente masculino como algo a ser cultivado. Observando um mercado em ascensão, mas pouco preparado para a chegada das mulheres, ela procura cultuar isso, principalmente nos empreendimentos em que faz parte como sócia da concessionária Royal Enfield e organizadora do BMS.

Bruna explica que o movimento #ElasPilotam surgiu para que as mulheres se sintam confortáveis e seguras em um ambiente de moto, seja loja, evento, bar, na rua, onde for. “Nesse sentido, me posicionei como mulher, motociclista e empreendedora em um mercado ainda bem masculino, para mostrar que estamos aqui”, pontua.

E conseguiu. Ela se tornou ainda mais conhecida quando assumiu a posição de piloto e foi disputar a modalidade de flat track (corrida de moto na terra em um circuito oval) nas pistas dos Estados Unidos e, depois, no Brasil, provando que lugar de mulher é realmente onde ela quiser.

Com milhares de seguidores nas redes sociais, o movimento feminino que hoje é conhecido nacionalmente, nasceu em Curitiba. A terra em que pouca gente parece acreditar que o motociclismo tem espaço, prova através da Bruna, das mulheres, mas também de tantos outros que amam este mundo, que é sim a capital da moto. É do barulho de escapamento, de motor, dos comboios, da reunião de fim de semana em espaços destinados a este público e das estradas que circundam a cidade e mostram que as motocicletas estão aí para ficar e expandir. “Se estiver chovendo, é só colocar uma capa de chuva e seguir sendo feliz”, brinca a jovem motociclista.

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