Aos poucos o horizonte da economia brasileira vai sendo aliviado de suas cores mais cinzentas. A notícia confortadora vem do Fundo Monetário Internacional (FMI), cuja projeção aponta para 4,4% de crescimento do Produto Interno Bruto em 2007, e de 4,2% no próximo ano.
Segundo informaram agências internacionais, as contas do FMI consideram a nova metodologia de cálculo do PIB, situando-o acima do índice de 3,9% até então sugerido pelo próprio mercado. Um problema posto pelos analistas é que a previsão referente a 2006 foi também anunciada na mesma época do ano passado, quando a instituição revelou que a economia brasileira teria crescimento equivalente a 3,5% no final do exercício. Ocorre que o índice não superou a casa de 2,9%.
Dessa vez, os técnicos do FMI afiançam que os principais indicadores econômicos do País permitem essa visão mais otimista e confiante. Dessa forma, Brasil e Chile serão os únicos países da América Latina a crescer mais em relação ao ano anterior, embora o PIB brasileiro deva permanecer abaixo das médias latino-americana e mundial.
O otimismo é decorrente da mudança da forma de calcular o crescimento econômico, mas também porque é visível a intenção de estimular o ritmo do investimento produtivo em setores vitais para o desenvolvimento sustentado. Aspecto relevante dessa conjuntura favorável, segundo salientou Charles Collyns, economista-chefe-adjunto do FMI, é que o Brasil não somente tirou vantagem da elevação dos preços de commodities no mercado internacional, como tem aproveitado todas as oportunidades para melhorar sua performance em comércio exterior.
Contudo, o economista adverte que as taxas de juros praticadas no mercado brasileiro ainda são muito superiores às de seus vizinhos, frisando que não há razões para que os juros permaneçam nas alturas. Afeito ao protocolo, Collyns fez referências elogiosas ao que considerou ?gradualismo prudente? do Banco Central na redução da taxa de juros.
Como sempre, a disparidade estrutural reside no alto volume de gastos públicos em relação à arrecadação, tendo em vista que o financiamento desses gastos é feito com base no inchaço da carga tributária. Nada de novo sob o abrasante sol de Pindorama…