Presentes em todas as eleições, as pesquisas eleitorais mostram um panorama da opinião dos eleitores sobre os candidatos e em quem pretendem votar. Mas, além dessa função, a pesquisa eleitoral também é uma oportunidade para quem está em busca de uma renda extra.

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Saindo pelas ruas de Curitiba e fazendo pesquisas eleitorais, Ana* conta como o trabalho funciona. Ela explica que antes das entrevistas, as pessoas que vão fazer as pesquisas recebem treinamentos e orientações do instituto responsável pelo processo. Depois, as demandas são repassadas e divididas.

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“Tem uma cota certinho de quantas pessoas tenho que entrevistar. Ando na rua e pergunto ‘moça, pode me atender? Não vai demorar muito’. Porque a maioria das pessoas está atrasada, na correria, nem todo mundo tá de bom humor. Eu vou tentando. Falo que sou de uma agência de pesquisa e que estou fazendo uma entrevista política”, diz.

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A entrevistadora revela que o questionário fica em um aplicativo e, ao iniciar as perguntas, a conversa começa a ser gravada. Depois de finalizado, esses áudios vão para outros setores, para análise do material e posteriormente levantamento.

“Eu tenho que falar o que tá escrito ali, as perguntas certas. Eu leio como está, não como eu quero falar. E as pessoas dão a opinião delas”, garante.

Quanto uma pessoa recebe para fazer pesquisas eleitorais?

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Ana explica que a remuneração é por pesquisa, mas o valor depende. Nas últimas pesquisas ela recebeu R$ 12 por cada uma, mas também já participou de outro trabalho que pagava R$ 7 por entrevista feita.

Sobre os questionários, ela relata que alguns são maiores e outros são menores e, consequentemente, mais rápidos. O máximo de entrevistas que ela fez em um dia foi 70. Entretanto, ela considera uma boa média 30 entrevistas por dia.

Como a conversa é gravada, a entrevistadora destaca a importância de fazer as perguntas exatamente como estão escritas. “Como é áudio, vão ver o que eu falei, porque eu não posso induzir, nem dar minha opinião. Então qualquer coisa que eu fale que não seja como está ali, é cancelada minha pesquisa e eu não ganho [dinheiro] se não fizer certinho. Vamos supor, fiz mil pesquisas, mas se três delas eu não fiz como era pra ser, essas três vão ser canceladas”.

O horário é flexível e cada um pode escolher quantas horas e em quais períodos quer trabalhar. Como queria garantir uma boa renda extra, Ana diz que já chegou a trabalhar das 8 horas às 20 horas. O máximo que conseguiu ganhar em um dia foi R$ 700.

“Quanto mais pesquisas eu estava fazendo, mais eu estava ganhando. Vai da realidade de cada um. Eles [instituto] indicam para não ficar até muito tarde, mas a pessoa que faz o próprio horário”.

Essa é a primeira vez que Ana faz esse trabalho e está feliz com o resultado. “Eu tô na rua, como tem gente que vai me tratar bem, tem gente que xinga. Tem de tudo. Não é um serviço fácil, mas foi uma grande oportunidade para ganhar um dinheiro. Vai me ajudar bastante”.

“Eles falam de verdade mesmo”, diz entrevistadora sobre entrevistados nas pesquisas eleitorais

Como passa por vários bairros diferentes de Curitiba, Ana comenta que é possível perceber que cada lugar tem uma opinião e preferência em quem votar. Ela também explica que na demanda que recebe possui um perfil que precisa abordar, com cotas de idade e renda, por exemplo.

“Tenho que atender duas mulheres, acima de 50 anos, que o salário seja acima de 10 salários-mínimos. Vamos supor que falta uma pessoa para entrevistar [de determinado perfil]. Eu tenho que achar para ver qual é a opinião dela”, exemplifica.

Para a entrevistadora, as pesquisas realmente mostram um bom panorama das intenções de voto, pois ela julga que os entrevistados são sinceros nas respostas. “No começo não sabem como é, mas depois que estão falando é a oportunidade deles darem a resposta. Então dá para ver que eles falam de verdade mesmo. É a opinião mesmo. As vezes escuto um xingamento ou bastante elogio, dá para ver que realmente eles falam em quem vão votar”.

Para quem deseja ganhar uma renda extra, Ana também pontua que os institutos trabalham com vários tipos de pesquisas durante todo o ano. Por isso, entrar em contato com algum deles também é uma oportunidade para garantir empregos temporários fora das eleições.

*Para preservar a identidade da entrevistada, foi utilizado o nome fictício Ana

O que??

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