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Debate prefeitura de Curitiba: Pimentel é alvo após suspeita de coação a servidores

Imagem mostra o debate entre candidatos para a prefeitura de Curitiba.
O principal assunto foi a suspeita de coação de servidores da prefeitura da capital paranaense para doação à campanha de Pimentel. Foto: Reprodução.

O atual vice-prefeito e candidato Eduardo Pimentel (PSD) foi o principal alvo do último debate antes do primeiro turno das eleições municipais de 2024 em Curitiba, realizado pela RPC, afiliada da Rede Globo, na noite desta quinta-feira (3). O principal assunto foi a suspeita de coação de servidores da prefeitura da capital paranaense para doação à campanha de Pimentel.

O superintendente de Tecnologia da Informação, Antonio Carlos Pires Rebello, foi exonerado da prefeitura de Curitiba após a denúncia de que ele teria forçado a venda de ingressos de um evento partidário no valor de R$ 3 mil. O Ministério Público do Trabalho (MPT) pediu que a prefeitura de Curitiba devolva os valores cobrados dos servidores públicos.

Após o vazamento do caso, a 4ª Zona Eleitoral de Curitiba atendeu ao pedido liminar da coligação de Pimentel e censurou notícias sobre assunto que foram publicadas pelo portal de notícias Plural.

Antes mesmo do assunto surgir no debate de Curitiba, o vice-prefeito se antecipou, sem citar diretamente o caso, e disse que começou a receber “ataques covardes com fake news e desinformação” e convocou os eleitores a visitar as redes sociais da campanha para “analisar a verdade”. Segundo Pimentel, a campanha dele é a “campanha da verdade”.

A primeira a trazer o assunto à tona foi Cristina Graeml (PMB), durante pergunta para o candidato Ney Leprevost (União Brasil). “O senhor Pimentel deveria ter vergonha de estar no debate”, disse, acrescentando que ele deveria “pedir desculpas ao povo curitibano e aos servidores que foram coagidos”. Leprevost concordou e reforçou que não vai admitir perseguição a servidores municipais. “Isso acaba o ano que vem”, afirmou.

Em pergunta a Roberto Requião (Mobiliza), Graeml retomou o assunto dizendo que o dinheiro da suposta coação “aumenta o caixa da campanha eleitoral”, que gasta “com bandeirinhas”, jogando o “dinheiro público no lixo”. Requião acrescentou que o caso é de extorsão e que “a punição talvez seja de oito anos fora da política do Paraná e do Brasil.”

No início do segundo bloco do debate em Curitiba, Pimentel falou diretamente sobre o assunto e se defendeu dizendo que se trata de um “fato isolado” e que o servidor acusado foi exonerado. Na sequência, atacou Graeml. “Não esperava nada diferente da senhora Cristina em me agredir. Lamento muito”, falou. “Quem agride é porque não tem propostas. Teve duas oportunidades e não falou de propostas. Acho que a senhora tem mania de perseguição porque o mundo não gira em torno da senhora”, completou o vice-prefeito.

Tabelinha Graeml-Requião

Apesar de estarem em espectros políticos distintos, Cristina Graeml e Roberto Requião se alinharam em diversos momentos durante o debate da RPC, especialmente nas críticas ao sistema eleitoral, que deixou ambos sem tempo na propaganda eleitoral gratuita e com pouco dinheiro para fazer a campanha. Requião declarou que essa eleição é uma “farsa, não é uma campanha eleitoral”. Já Graeml falou que a campanha é um “jogo de cartas marcadas”.

Os dois reclamaram que não foram convidados para o debate da RIC TV, que contou com seis dos dez candidatos à prefeitura de Curitiba. No primeiro debate, realizado pela Band em agosto, Graeml foi convidada inicialmente, mas desconvidada minutos antes do início do encontro. “Quando sou convidada, recebo porta na cara. Dizem que é mania de perseguição quando criticamos a podridão do sistema eleitoral”, disse a candidata do PMB.

Além do caso de suposta coação de servidores da prefeitura, ambos criticaram a atual gestão em vários momentos. “É a pior saúde dos últimos 40 anos”, atacou Requião. Graeml concordou: “Eu fico tão revoltada quanto o senhor.”

Fila da saúde em Curitiba

A saúde, aliás, foi outro tema que os candidatos comentaram em vários momentos do debate em Curitiba. Luciano Ducci (PSB) prometeu a construção de um novo hospital e pronto-socorro para atendimento de urgência e emergência. “Para que os curitibanos não precisem ir para Campo Largo ou Campina Grande do Sul” para serem atendidos. Além disso, se comprometeu a reabrir a UPA da Matriz e inaugurar uma unidade em Santa Felicidade. A UPA de Santa Felicidade também foi proposta por Leprevost, que afirmou ter levado esse projeto para a atual gestão, que não levou para frente. “Acho estranho o Eduardo [Pimentel] vir aqui propor essa UPA de Santa Felicidade”, provocou.

Sobre as filas de consultas especializadas, o atual prefeito afirmou que hoje a “espera não passa de 15 dias” e que construirá um centro de diagnóstico para realização de exames. Cristina Graeml comentou posteriormente a fala de Pimentel: “Não venha contar historinha de 15 dias. Há casos de oito e até mais de um ano de espera para saber se um tumor é maligno ou não. As pessoas não podem esperar”. Maria Victoria (PP) seguiu na mesma linha. “Temos um orçamento de R$ 3 bilhões [para a saúde]. Dinheiro tem, mas a saúde não espera.”

Luizão Goulart (Solidariedade) defendeu mais atenção à medida preventiva como forma para evitar a pressão sobre os postos de saúde. Além disso, prometeu contratar mais profissionais para a área de saúde e propôs parcerias para zerar a fila de exames. “Temos hospitais de referência e clínicas para fazer parcerias”, sugeriu.

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