O primeiro debate de candidatos à prefeitura de Curitiba aconteceu na noite desta quinta-feira (08) na Band. Com confrontos leves, discussões mornas e poucas alfinetas, os candidatos de Curitiba pareceram comedidos e aproveitaram o espaço na TV para falar sobre propostas de governo. O evento acontece antes do período em que é permitida a propaganda eleitoral, que inicia em 16 de agosto.
Conforme a tradição, o debate da Band abriu a série de ‘embates’ entre os candidatos do primeiro turno. Oito candidatos foram convidados para participar. São eles: Andrea Caldas (PSOL), Eduardo Pimentel (PSD), Luciano Ducci (PSB), Luizão Goulart (Solidariedade), Maria Victoria (PP), Ney Leprevost (União Brasil), Requião (Mobiliza) e Samuel de Mattos (PSTU).
Cristina Graeml (PMB), não participou do debate. Ela foi convidada previamente pela emissora, mas cinco minutos antes de começar o evento, a candidata foi informada que não poderia participar do programa. A Band justificou a decisão baseada no “atual cenário de dúvida e polêmica” envolvendo a candidatura da jornalista.
No primeiro bloco, os candidatos puderam se apresentar em um minuto. Logo em seguida, veio a primeira rodada de perguntas e respostas. Ney Leprevost e Requião fizeram uma dobradinha e comentaram sobre saúde pública e a questão do aumento dos moradores de rua na capital.
Andrea Caldas perguntou a Eduardo Pimentel sobre propostas para diminuir a atual tarifa de ônibus de Curitiba, que é uma das mais caras do país. Pimentel prometeu discutir a tarifa, implantar meia tarifa aos domingos e oferecer transporte gratuito para quem está desempregado.
Luizão perguntou a Maria Victoria sobre a questão dos radares nas ruas da capital. A deputada defendeu dar advertências antes da multa, nos caso de infrações leves. Propôs reforçar a sinalização horizontal e vertical das ruas, para evitar que o cidadão seja surpreendido.
Em sua primeira oportunidade de perguntar, Eduardo Pimentel evitou polêmicas e perguntou a Luizão sobre segurança alimentar. O vice-prefeito da atual gestão aproveitou para falar de suas propostas na área, que é ampliar e fortalecer o produtor rural para a a merenda escolar.
Ducci questionou Pimentel sobre segurança pública e provocou o candidato ao falar sobre o “sucateamento” da Guarda Municipal, aumento da violência no Centro, criminalidade na CIC. Pimentel defendeu sua atual gestão ao falar de contratações na GM e do programa Muralha Digital.
Samuel Mattos escolheu Pimentel. Ele entrou no tema da desigualdade social e questionou o valor da salário do candidato. O atual vice-prefeito, por sua vez, defendeu que a cidade foi eleita a menos desigual do país.
Maria Victoria foi a última candidata da rodada de perguntas. Ela escolheu Ney Leprevost e deu oportunidade para o candidato falar de suas propostas, perguntando se ele está preparado para ser prefeito. “Quero tornar Curitiba a cidade mais segura do Brasil”, prometeu ele.
Breves cutucadas
Numa nova rodada de perguntas e respostas. Os candidatos continuaram ao embate, sem grandes alfinetadas. Os temas sobre saúde, educação, segurança pública e assistência social continuaram entre as perguntas.
Conhecido por ser mais provocador, Requião questinou Ducci sobre sua postura diante de votações polêmicas na Câmara Federal. “Votou no teto de Guedes e Bolsonaro, no marco temporal, na privatização das praias”, lembrou. Ducci devolveu a provocação, “sempre votei de acordo com meu partido, do qual nunca saí”.
A pergunta rendeu o único pedido direito de resposta da noite, concedido a Ducci. O candidato, por sua vez, ao ter o direito de resposta aprovado, preferiu não utilizar o tempo, pois já havia respondido sobre seus posicionamentos na Câmara durante o questionamento de Requião.
Embate Ducci x Pimentel
Entre alfinetadas, houve também pequenas faíscas entre Ducci e Pimentel. Ducci, que já foi vice-prefeito na gestão Beto Richa e prefeito de Curitiba (2010 – 2012), quis saber sobre as propostas de Pimentel e propôs um desafio ao atual vice-prefeito: “oito anos de mandato de vocês e dois do meu. Quem fez mais coisas pela cidade?”, questionou. Pimentel garantiu que tem feito boa gestão na cidade. Disse que 90% dos curitibanos estão satisfeitos com o atendimento na área da saúde. O candidato da gestão atual prometeu um novo hospital no Bairro Novo e um Centro Municipal de Diagnósticos por Imagem se for eleito.
O embate continuou com Pimentel, que saiu da postura mais defensiva, para questionar Ducci sobre a proposta de um metrô para Curitiba. Ducci defendeu a ideia e disse que não conseguiria imaginar a cidade sem metrô. Pimentel rebateu, questionou o alto custo da obra e citou as atuais obras de requalificações do Inter 2 e da possibilidade de VLT entre o Centro Cívico e Aeroporto de São José dos Pinhais, passando pelo Boqueirão.