O ex-coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato e ex-procurador da República Deltan Dallagnol (Podemos) foi o deputado federal mais votado no Paraná. Ele recebeu mais de 344 mil votos, bem à frente da segunda colocada, Gleisi Hoffmann (PT), que teve 258 mil, com o resultado parcial de 98% das urnas apuradas. O terceiro colocado foi Filipe Barros (PL) que angariou 248 mil votos dos eleitores paranaenses. Com o resultado, Dallagnol se torna o segundo deputado federal com mais votos na história do Paraná. O primeiro havia sido Ratinho Junior, que chegou a receber 358,9 mil votos na eleição de 2010.
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“O povo brasileiro está dando um importante recado nas urnas. A Lava Jato renasceu e não foi das cinzas, foi das urnas, do coração e da esperança do povo brasileiro. O povo deu um recado: os corruptos não vencerão”, declarou Dallagnol ainda antes do fim da apuração total, na sede do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), em Curitiba.
Apesar de liderar a votação, a eleição de Dallagnol ainda depende do julgamento da candidatura. Isso porque a candidatura dele sofreu três pedidos de impugnação que ainda não foram julgados pela Justiça Eleitoral. A expectativa é que esse julgamento ocorra ainda nesta semana.
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As impugnações são respaldadas pela Lei da Ficha Limpa e argumentam que Dallagnol pediu exoneração do Ministério Público Federal quando havia processo administrativo aberto contra ele e, também, por uma decisão do Tribunal de Contas da União que determinou a devolução de recursos utilizados para o pagamento de diárias a outros procuradores da Lava Jato, coordenada por ele. O candidato apresentou contestação às impugnações, mas ainda não há uma decisão da Justiça Eleitoral.
Os pedidos de impugnações foram formalizados pela Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB), pelo candidato a deputado federal Oduwaldo Calixto (PL) e pelo Partido da Mobilização Nacional (PMN).
Relembre a trajetória de Dallagnol
Deltan Dallagnol foi procurador da República de 2003 a 2021 e ficou conhecido em todo o país por coordenar a operação que investigou crimes de corrupção na Petrobras e em outras estatais. Seguindo os passos do ex-juiz Lava Jato, Sergio Moro, que entrou na política, Dallagnol pediu exoneração do Ministério Público no final de 2021 e se filiou ao Podemos. Seu nome foi apresentado como pré-candidato do partido para disputar uma vaga na Câmara Federal, sendo homologado na convenção partidária.
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Foi na Lava Jato que Deltan Dallagnol pautou toda a campanha, destacando o valor de R$ 25 bilhões desviados e recuperados pela operação. No horário eleitoral e nas redes sociais ao longo da campanha, teve como principal alvo o ex-presidente e agora candidato à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso pela Lava Jato, mas posteriormente inocentado e solto pela Justiça. Pouco antes do pleito, Dallagnol foi condenado pelo TSE por propaganda eleitoral negativa contra Lula, com multa de R$ 5 mil.