Corrida eleitoral!

Yared e Francischini lideram receitas pra campanha em Curitiba. Veja quem mais gastou!

Foto: Lineu Filho/Tribuna do Paraná e Jonathan Campos/Gazeta do Povo.

Adesivo, santinho, jingle, programa para televisão e rádio, advogados, “contrato de militância”, serviços de contabilidade, locação de carros, “impulsionamento de conteúdo” no Facebook, e, agora, até máscara de proteção facial e álcool gel para a equipe. A propaganda eleitoral é autorizada desde 27 de setembro, e a lista de despesas de campanha e de receitas dos candidatos estão no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ao longo do período, os 16 candidatos à prefeitura de Curitiba já arrecadaram, juntos, cerca de R$ 15 milhões (R$ 14.955.409,27) e gastaram quase R$ 10 milhões (R$ 9.715.257,95). O levantamento foi realizado com base nos números exibidos pelo TSE na tarde desta terça-feira (27) – o site é permanentemente atualizado.

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Até aqui, as maiores receitas foram registradas pelos candidatos Christiane Yared (PL), com R$ 3 milhões, e Fernando Francischini (PSL), com R$ 2.891.243,33, impulsionados especialmente pelo Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) dos seus respectivos partidos políticos. A terceira maior receita é do candidato à reeleição, Rafael Greca (DEM), com R$ 2.161.000,00. Na sequência, está Carol Arns (PODE), com R$ 1.627.500,00. Outros dois candidatos aparecem com receitas pouco acima da marca de R$ 1 milhão – Goura (PDT) e João Arruda (MDB).

Entre todos os 16 inscritos na disputa, apenas Letícia Lanz (PSOL) não registrou nenhuma receita, e também nenhuma despesa. Já o candidato do PCO, Diogo Furtado, que recorre contra o indeferimento da sua inscrição, tem uma receita de R$ 1.000,00, mas não há registro de despesa ainda. Quem também não exibiu lista de despesas até aqui foi a candidata do PCdoB, Camila Lanes, que recebeu R$ 80 mil da direção nacional da sua legenda (Fundo Especial).

Os “campeões” de receita até aqui

Christiane Yared recebeu R$ 3 milhões da direção nacional do PL (via Fundo Especial) e gastou quase o mesmo valor. Entre as maiores despesas, estão R$ 250 mil com serviços advocatícios. Também há registros de gastos com impulsionamento de conteúdo: foram pagos R$ 40 mil ao Google e R$ 30,5 mil ao Facebook.

Francischini também apresentou uma receita de quase R$ 3 milhões (R$ 2.891.243,33), mas as despesas exibidas no site do TSE não chegam a R$ 1 milhão. O diretório nacional do PSL foi responsável por injetar R$ 1,5 milhão (Fundo Especial) e o diretório municipal do PSL também colocou R$ 1,3 milhão (R$ 1.316.663,33) do Fundo Especial na campanha do filiado.

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Além disso, o diretório nacional do PSDB, legenda que integra a coligação de Francischini, também repassou R$ 50 mil do seu Fundo Especial à campanha. Entre as maiores despesas, estão serviços advocatícios (R$ 175 mil). Também há R$ 135 mil em despesas descritas como “checagem de conteúdo na internet” e R$ 45 mil pagos ao Facebook a título de impulsionamento de conteúdo.

Rafael Greca registrou uma receita superior a R$ 2 milhões (R$ 2.161.000,00) e o maior repasse – R$ 2 milhões – foi feito pela direção nacional do DEM (Fundo Especial). Há, ainda, outras 14 doações de pessoas físicas, em valores que vão de R$ 1.000.00 até R$ 80 mil. Já as despesas somam R$ 1.858.921,76. Gastos com produção audiovisual para programas somam mais de R$ 1,5 milhão. Também foi feito impulsionamento de conteúdo no Facebook (R$ 30 mil).

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Goura registrou mais de R$ 1,2 milhão em receita (R$ 1.254.162,04) e grande parte vem do diretório nacional do PDT (Fundo Especial), R$ 1,2 milhão. O PDT estadual também cedeu parte de um imóvel para o comitê do candidato, estimado em R$ 8 mil. Na lista de receitas, há R$ 35.317,96 de financiamento coletivo. Entre as maiores despesas, estão R$ 317.219,25 com produção audiovisual e R$ 150 mil com serviços advocatícios. Também há R$ 13 mil com impulsionamento de conteúdo no Facebook.

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João Arruda recebeu até aqui R$ 1.213.320,00 no total – e todo o repasse foi feito pelos diretórios nacional e estadual do MDB. O diretório nacional da sigla transferiu R$ 1.150.000,00 (Fundo Especial). Já as despesas somam R$ 537.166,91 até aqui. Produção audiovisual (R$ 83 mil), impulsionamento de conteúdo no Facebook (R$ 58,7 mil) e no Google (R$ 5 mil) estão entre os gastos.

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Dois candidatos colocaram dinheiro próprio na campanha

Até aqui, dois candidatos à prefeitura de Curitiba colocaram dinheiro próprio nas suas campanhas eleitorais. Um deles é o Dr João Guilherme (NOVO), que declarou ter o maior patrimônio entre os 16 inscritos na disputa: mais de R$ 13 milhões em bens. No site do TSE, consta que sua campanha tem uma receita de R$ 622.507,14, sendo R$ 525 mil doado pelo próprio candidato. Seu partido, o NOVO, também doou um espaço para o comitê, estimado em R$ 2.900,00. Dr João Guilherme ainda recebeu quase 30 doações de pessoas físicas – os valores vão de R$ 50,00 até R$ 20 mil. Já as despesas do candidato do NOVO ultrapassaram o valor da receita: ele já gastou mais de R$ 1 milhões (R$ 1.134.403,78). Entre as despesas, está R$ 50 mil com impulsionamento de conteúdo no Facebook.

O candidato do PTC, Zé Boni, também resolveu ajudar a própria campanha: ele registrou uma receita de R$ 5.063,50, sendo R$ 3.400,00 doados por ele. As despesas atingiram R$ 3.663,50, valor destinado a materiais impressos.

Já o candidato do PT, Paulo Opuszka, apresentou uma receita de R$ 715 mil. Somente o diretório nacional do PT injetou R$ 620 mil (Fundo Especial). O restante (R$ 95 mil) foi repassado pelo diretório estadual do partido (Fundo Especial). O petista registrou R$ 680.688,45 em despesas. Quase metade dos gastos é com serviço de comunicação (R$ 353.500,00). Também tem R$ 25 mil com impulsionamento de conteúdo via Facebook e R$ 10 mil para o Google.

Candidata do Avante, Marisa Lobo tem uma receita de R$ 221.059,48. A maior parte, R$ 200 mil, é do diretório nacional do Avante (Fundo Especial). Os gastos são de R$ 61.464,94 e a maior despesa foi descrita como “marketing e produção de outros conteúdos” (R$ 12 mil).

Outros três candidatos apresentaram arrecadações mais modestas. Professor Mocellin (PV) tem R$ 20 mil de receita, uma doação de pessoa física. E quase tudo já foi gasto: foram R$ 19.990,45 com “produção de conteúdo e gestão de redes sociais”. O candidato da REDE, Eloy Casagrande, tem uma receita de R$ 16.350,00, sendo que a maior parte dela vem do diretório municipal da sua legenda, R$ 15 mil, via Fundo Especial. A Professora Samara (PSTU) recebeu R$ 9.150,00 para fazer campanha até agora – R$ 7 mil do diretório nacional do PSTU (Fundo Especial). Ela informou já ter gasto R$ 3.941,09, com serviços variados. Impulsionamento de conteúdo no Facebook também está na lista de despesa, R$ 200.

Confira o custo da campanha eleitoral até aqui:

Camila Lanes (PCdoB)
Receita: R$ 80 mil
Despesa: –

Carol Arns (PODE)
Receita: R$ 1.627.500,00
Despesa: R$ 997.502,99

Christiane Yared (PL)
Receita: R$ 3 milhões
Despesa: R$ 2.917.070,39

Diogo Furtado (PCO)
Receita: R$ 1.000,00
Despesa: –

Dr João Guilherme (NOVO)
Receita: R$ 622.507,14
Despesa: R$ 1.134.403,78

Eloy Casagrande (REDE)
Receita: R$ 16.350,00
Despesa: R$ 3.196,25

Fernando Francischini (PSL)
Receita: R$ 2.891.243,33
Despesa: R$ 776.689,56

Goura (PDT)
Receita: R$ 1.254.162,04
Despesa: R$ 720.557,88

João Arruda (MDB)
Receita: R$ 1.213.320,00
Despesa: R$ 537.166,91

Letícia Lanz (Psol)
Receita: –
Despesa: –

Marisa Lobo (Avante)
Receita: R$ 221.059,48
Despesa: R$ 61.464,94

Paulo Opuszka (PT)
Receita: R$ 715.000,00
Despesa: R$ 680.688,45

Professora Samara (PSTU)
Receita: R$ 9.150,00
Despesa: R$ 3.941,09

Professor Mocellin (PV)
Receita: R$ 20.000,00
Despesa: R$ 19.990,45

Rafael Greca (DEM)
Receita: R$ 2.161.000,00
Despesa: R$ 1.858.921,76

Zé Boni (PTC)
Receita: R$ 5.063,50
Depesa: R$ 3.663,50

Fonte: TSE, em 27 de outubro de 2020.

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