As suspeitas de fraudes em diversas cidades durante o Processo de Eleições Diretas (PED) do PT foram levadas à cúpula do partido. O presidente nacional da legenda, Rui Falcão, determinou que as listas de votação de todas as cidades onde existem suspeitas fossem colocadas à disposição de todas as correntes da sigla. Integrantes de grupos minoritários reclamam de falta de acesso a essas atas e apontam a possibilidade de fraudes.
Em ao menos duas cidades foram identificados mortos entre os votantes. Em Brasília de Minas (MG), absolutamente todos os 569 votos foram para a chapa Frente Petista Contra o Golpe, montada em torno do governador Fernando Pimentel, e que inclui quase todas as principais correntes estaduais.
O PED, como é de costume, desencadeou uma batalha verbal entre adversários internos. Valter Pomar, da corrente Articulação de Esquerda, publicou texto sobre “fraude sistêmica, generalizada e em escala industrial”. “O Valter Pomar não sabe nem onde fica Minas Gerais no mapa”, rebateu Gleide Andrade, da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB).
Em artigo publicado no site do PT, o presidente do Diretório Estadual de São Paulo, Emidio de Souza, também da CNB, acusou Carlos Árabe, secretário nacional de Formação do PT, de emprestar “sua voz de dirigente nacional para dar legitimidade às análises parciais e antipetistas da grande mídia”.
Árabe, também em artigo, rebateu dizendo que Emidio representa uma burocracia “conservadora, pois para ela, o objetivo é conservar-se no poder”.
Ele, no entanto, foi mais comedido do que Pomar ao comentar as suspeitas. “Tem recursos contra supostas irregularidades, mas o processo é muito mais amplo”, disse o secretário nacional.