Nina Singer (Cidadania) é a primeira mulher eleita prefeita de São José dos Pinhais (SJP), região metropolitana de Curitiba, e carrega consigo o espírito de luta pelo espaço das mulheres na sociedade e pelo respeito às conquistas femininas. Porém, ela faz questão de destacar que fará uma administração para todos, com igualdade, planeamento e equilíbrio entre homens e mulheres.
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Com 57 anos, Nina Singer é empresária do ramo de combustíveis. Nasceu e se criou em SJP e não vem de família de políticos. A prefeitura eleita vem de dois mandatos consecutivos como vereadora e seu vice-prefeito é o também vereador Professor Assis (Podemos).
Para se eleger, a chapa da prefeita obteve 30,51% dos votos válidos na eleição do domingo (15), derrotando o atual prefeito Toninho Fenelon (Republicanos), que ficou na terceira colocação (12,25% dos votos), e derrotando o segundo colocado Samuel Dantas (Solidariedade), que obteve 20,59% dos votos. A votação em São José dos Pinhais teve 25,26% de abstenção, 5,51% votos brancos e 6,54% nulos.
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Segundo a prefeita eleita, o primeiro passo da nova administração de quatro anos será a desburocratização. “Ver como está o planejamento da prefeitura e desburocratizar. Planejar os quatro anos. Não pode mais não ter planejamento a curto, médio e longo prazo. Não dá para ficar só em obras. Tem que ter, mas há outros desafios pela frente”, projeta a Nina Singer.
A prefeita destacou três grandes preocupações para 2021. “A área da saúde, com grande desafio por causa da pandemia, a retomada da economia e outro sério problema na educação. Muitas escolas privadas fecharam e as famílias buscaram a rede pública para matricular os filhos. Manter 40 a 50 alunos em um mesmo espaço online é possível, mas e quando o ensino presencial for retomado?”, questiona.
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Nina Singer reforça que, nesse caso do ensino municipal, não dá para pensar apenas em construir mais salas de aulas. “Teremos que planejar concurso público, pois não há profissionais para atender a demanda que virá. Isso é um desafio, pois, com a crise da pandemia, a arrecadação da prefeitura também cai. Vamos ter que traçar um plano bem feito”.
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Sobre as finanças, a prefeita eleita pretende lançar SJP como uma cidade atrativa para empresários, aproveitando a localização geográfica estratégica do município. “Já fomos assim. Temos saída para três rodovias, aeroporto é aqui. Mas, agora, uma saída de documentação tem demorado muito e isso afasta as empresa, logo, também afasta os empregos. Tem que mudar. Pretendo agilizar processos burocráticos. Tudo dentro da lei, da ética e do respeito. Mas precisa mudar”, explica. Ainda de acordo com ela, para realizar esses planos é preciso começar com a união de secretários e equipe, o que espera conseguir com o seu estilo de governar. “Não tenho ego. Não me candidatei por poder, mas para o bem-estar de uma cidade inteira. São 7 mil servidores, população e equipe de secretariado e assessores com expectativa de viver em uma boa cidade. Vamos trabalhar para isso”, destaca.
Mas ela disse que o planejamento ainda vai ficar para os próximos dias. O período de campanha, segundo a Nina Singer, “foi puxado e não deu para pensar em nada, a não ser no cronograma da campanha”. A única medida que a prefeita eleita adiantou foi a criação de um gabinete itinerário. “Vamos levar a prefeitura para perto dos bairros. Esse projeto já começarei em janeiro. É uma promessa”.
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Histórico político
O nome completo é Margarida Maria Singer. Ela tentou a sua primeira vaga na Câmara Municipal de SJP em 2008. Fez 1.693 votos e não se elegeu. Depois, pelo Democratas (DEM), em 2012, foi a vereadora mais votada e contou que foi emocionante discursar como a primeira mulher a presidir uma sessão da Câmara. “Sabemos que ainda há machismo. A representatividade da mulher na política ainda é muito pequena. A gente acaba representando todas aquelas que já lutaram e vêm lutando por igualdade, para mostrar que nós podemos. Fico feliz por defender a todas que sofrem violência, negras, as que não tem igualdade de salários e perdem promoções por serem mulheres”.
Na eleição passada, em 2016, Nina Singer foi a segunda mais votada. Para essa eleição 2020, a candidata concorreu pelo Cidadania. “Sempre estive no meio do povo. Desde antes de concorrer na primeira eleição. Não venho de família de políticos. Quando perdi a primeira e fui para segunda disputa, pensei comigo que, se não ganhasse, nunca mais iria concorrer. Mas nunca pensei que deixaria o povo mesmo se perdesse. É o meu jeito. O diálogo, a participação na comunidade e o respeito”, finaliza a prefeita eleita.