Alunos veem a diferença entre arte e depredação

Em meio às cartolinas, moldes e latas de spray, os alunos do 9.º ano do ensino fundamental de uma escola particular de Curitiba estão aprendendo na prática a diferença entre arte e depredação do patrimônio público. Há pouco mais de três semanas, os estudantes aprendem durante as aulas de educação artística toda a história e conceito do grafite, manifestação artística nascida nas ruas das grandes metrópoles que é vista em paredes, muros e outras estruturas das cidades.

A ideia de se ensinar grafite nas aulas de arte surgiu do professor da matéria da Escola Atuação, no Santa Quitéria. Segundo Gustavo Granato, este tipo de manifestação artística já constava no material didático. “O grafite já é ensinado nas salas de aulas. O trabalho que tivemos foi sair dos livros e da teoria para ira pra prática. Assim, conversamos com a coordenação da escola, que topou na hora a nova atividade”, afirma o professor.

Ainda segundo Gustavo, o objetivo das aulas é mostrar que o grafite é uma manifestação artística legítima e que o spray não é uma arma. “A gente tenta mostrar bem a diferença entre pichação, que envolve gangues, violência e outras coisas ruins, do grafite, que é um tipo de arte altamente difundida no mundo inteiro”, diz.

A coordenadora da escola, a professora Danieli Cristina Machado, conta que os alunos estão gostando da nova atividade nas aulas de artes. “É um tema que atrai adolescentes nessa faixa etária e o resultado das aulas de grafite tem sido muito positivo. Os alunos vão empolgados para a aula e já notamos que eles estão mais interessados também”, afirma Danieli.

O professor Gustavo diz que nessa primeira fase das aulas os alunos fazem desenhos e gravuras com base em moldes feitos pelos próprios estudantes. “Deixamos eles bem livres  para definir a temática de suas pinturas. E dá de tudo. De personagens de vídeo games até logomarcas de bandas de metal. Acho que esse é o grande barato da arte. Fazer o que vier na mente”, explica o professor.

O aluno Gabriel Gern, de 13 anos, diz que aprovou as novas atividades das aulas de educação artística. “O grafite dá muita liberdade. Com um spray na mão, posso fazer diversos moldes e criar sem qualquer barreira. É muito bacana e quero continuar fazendo grafite por muito mais tempo”, conta. Sua colega, a estudante Nathália Rosa, também de 13 anos, afirma que pintar com spray gera adrenalina. “É muito mais dinâmico”, revela. Karoline de Oliveira, também aluna da aula de artes do professor Gustavo diz que já pediu pros pais liberarem para ela treinar no muro de casa. “Já pedi, mas por enquanto só tomei não. Mas se deixar, vou grafitar tudo”, brinca.

Veja na galeria de fotos os grafites.

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