Independência e interesse pelo assunto marcam o crescimento do público feminino no mercado de automóveis. Contudo, a desvalorização ainda é evidente.

A presença das mulheres no setor automotivo é uma realidade em constante evolução.

Depender do marido ou dos filhos para investir e cuidar dos carros é um cenário que já está ficando bem para trás. Hoje, o público feminino assumiu o interesse pelo assunto e, além de estar participando ativamente dos negócios, também tem ocupado posições profissionais relacionadas ao segmento.

Embora a quantidade de mulheres caminhoneiras, motoristas de aplicativo e mecânicas tenha aumentado, é evidente que há uma importante diferença salarial em relação aos homens — bem como pouco acesso aos cargos de maior influência. Lutar pelo espaço é uma tarefa cotidiana e necessária.

Mulheres no setor automotivo em números

Carro não é coisa só de homem.

A afirmação se sustenta também pelos números: informações da General Motors (GM) do Brasil apontam que 40% das mulheres brasileiras já investiram no veículo próprio, além de influenciarem na decisão de compra em 70% dos casos. Elas já representavam 46% do atendimento mecânico em 2017 — algo impensável no começo do século.

Além disso, a Fecomércio-SP mostra que o gênero feminino representava, em 2014, quase metade da venda de carros por todo o país. Os números ajudam a entender a necessidade de diversificar campanhas de vendas e estratégias de mercado, hoje ainda muito voltadas para os homens.

Se a presença é maior, o mesmo não se pode dizer da valorização salarial e profissional que as mulheres recebem no segmento. A ascensão no setor ainda é complicada.

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Evolução a passos lentos

Empresas que apostam na diversidade de gênero têm melhores resultados. Uma pesquisa feita na América Latina pela norte-americana McKinsey & Company aponta que companhias com mulheres na equipe executiva têm 50% mais chances de ter melhor desempenho em rentabilidade.

Em um período de três anos, 57% dessas empresas tiveram crescimento de receita acima da média — contra 47% das sociedades compostas apenas por homens. As informações foram levantadas com a participação de 700 empresas de seis países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Panamá e Peru.

Por outro lado, o setor automotivo, fundamental para a economia brasileira, é bem restrito às mulheres em questão de posições de liderança.

Um levantamento do portal Automotive Business indica que 77% dos cargos de diretoria das 89 empresas entrevistadas são ocupados pelo público masculino. O número sobe para 85% quando falamos de presidência e vice-presidência.

Além da falta de espaço, o salário médio das mulheres é cerca de 23% mais baixo. O a diferença aumenta para 34% em posições de liderança.

Incentivo e investimento

Para que o mercado evolua nos próximos anos, é imprescindível que haja maior reconhecimento profissional e participação feminina em todos os cargos possíveis.

“As mulheres continuam trabalhando nesse segmento e enfrentando o machismo”, destaca Kharime Saborido, Gerente de Marketing do portal SóCarrão. A empresa faz questão de valorizar a diversidade e tem grande parte da equipe formada por mulheres: um investimento para o presente e para o futuro do setor.

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