A previsão é de que o Brasil cresça 10 GW de potência instalada em 2023
A fonte solar fotovoltaica brasileira deve crescer 10 gigawatts (GW) no ano de 2023, o que corresponde a um aumento de 42,4% na potência instalada. A projeção feita pela ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) aponta como cresce o mercado de energia solar no Brasil.
O país fechou 2022 com mais de 34 GW de potência instalada, enquanto no ano anterior atingiu o recorde da época, com 3,5 GW de potência instalada, de acordo com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Como funciona o mercado de energia elétrica
O mercado nacional de energia elétrica está dividido como um todo em dois ambientes de comercialização: Ambiente de Contratação Livre (ACL), também conhecido como mercado livre, e Ambiente de Contratação Regulado (ACR) ou mercado cativo.
Aqui no Brasil, a contratação de energia acontece, principalmente, por meio dos leilões realizados pela CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), com cessão da ANEEL.
Mercado cativo
No Ambiente de Contratação Regulado, as distribuidoras vencedoras do leilão compram energia e repassam para os consumidores cativos (não podem escolher o fornecedor), que adquirem das concessionárias da região.
Mercado Livre de energia
No ambiente livre, a empresa não está amarrada à concessionária da região, ou seja, ela tem liberdade para negociar energia diretamente com outros geradores e comprar de outros fornecedores. Aliás, essa é a principal vantagem desse mercado.
Em relação ao consumidor, diferente do cativo, ele é livre para escolher de qual empresa deseja contratar a energia, fechando dois contratos: um com a vendedora e outro com a distribuidora pelo uso do fio.
Mercado livre de energia solar no Paraná
Dados divulgados pela ABRACEEL (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia) em março apontam que 52% da energia solar gerada no país é vendida no mercado livre.
O Paraná, que é o quarto maior gerador dessa fonte renovável no país, tem 41% da participação do mercado livre. De acordo com a ABSOLAR, em uma década o estado atraiu mais de R$ 5 bilhões em investimentos com a própria geração de energia fotovoltaica.
Oportunidades do mercado de energia solar
A procura por energia solar cresce no Brasil. Só no início de 2023, o país já alcançou a marca de 1,6 milhão de sistemas instalados, sendo 79% para autoconsumo residencial. Ou seja, apenas 2,2% das 75,2 milhões de residências brasileiras em condições de usar essa fonte renovável se beneficiam. Por isso, o momento é propício para empreender no setor.
Outro fator que contribui para a contratação da energia solar é o aumento sucessivo da tarifa de energia elétrica. De acordo com a Aneel, só entre 2011 e 2021 a alta foi de 82% na tarifa residencial e o custo do megawatt-hora subiu de R$ 340,90 para R$ 622,20.
Facilitação para instalação
O mercado deve crescer ainda mais, principalmente com o incentivo de linhas de crédito exclusivas de bancos e empresas privadas para consumidores adquirirem sistemas solares.
Energia solar em Curitiba
A capital paranaense é considerada uma cidade ecológica e se destaca pelo pioneirismo. Curitiba é líder nacional na reciclagem de
22% dos resíduos que produz, também se destaca pela busca por soluções sustentáveis, como é o caso da energia solar.
A cidade ocupa o primeiro lugar no Paraná em termos de instalação de painéis solares em edificações (comerciais, residenciais e estruturas públicas), com uma potência instalada de 13,9 MWp (megawatt-pico).
Além disso, em 2019, começou o programa “Curitiba Mais Energia”, diretamente ligado ao uso de energia solar, com o objetivo de diminuir a emissão de GEEs (Gases de Efeito Estufa) e apoiar a implantação de ferramentas avançadas (tecnologia sofisticada) que usam fontes renováveis para produzir energia.
6 tendências da energia fotovoltaica
Até aqui você entendeu como o mercado de energia solar funciona e porque essa fonte energética representa uma ótima oportunidade de negócio. Agora, conheça seis tendências de energia fotovoltaica inteligente que fazem sentido em 2023.
MLPE
Diante do desenvolvimento da energia solar nos últimos anos, é preciso ampliar as instalações em telhados, aproveitar melhor as placas, aumentar o rendimento energético e assegurar a segurança do sistema PV+ESS (Energy Storage System).
A solução para esse gerenciamento mais refinado é o uso de um MLPE (Module Level Power Electronics), equipamento eletrônico de potência capaz de executar o controle em um ou mais módulos fotovoltaicos. Ele também gera energia em nível de módulo e oferece monitoramento e desligamento seguro.
Smart PV+ESS Generators (geradores inteligentes)
Quando a energia renovável é inserida em uma rede elétrica, alguns problemas técnicos complexos podem ocorrer e afetar a qualidade da energia fornecida e a estabilidade do sistema.
Para evitar isso, é preciso conseguir aumentar o controle da energia ativa/reativa e da capacidade de resposta, assim como também amenizar flutuações de frequência e tensão. A solução está no uso de geradores inteligentes (Smart PV+ESS Generators).
Armazenamento Smart String ESS
Essa solução adota uma arquitetura distribuída e um design modular, que utiliza gerenciamento inteligente digital e tecnologias inovadoras para controlar a energia no nível do rack e melhorar o nível da bateria.
O resultado é maior energia de descarga, assim como também maior confiabilidade e segurança durante todo o ciclo de vida do ESS, além de otimizar investimentos e custos.
Segurança e confiabilidade
Os riscos de segurança da informação (ataques de redes externas) e dos equipamentos (principalmente, o desligamento por causa de alguma falha) é uma realidade nos sistemas fotovoltaicos. Para lidar com essas ameaças, é preciso implantar mecanismos de gerenciamento de “segurança e confiabilidade”.
Ou seja, segurança e resiliência de sistemas e dispositivos, disponibilidade e protocolos de confiança, disponibilidade. Além disso, é importante colocar em prática a proteção do ambiente e pessoal, assim como também para a privacidade de dados.
Uso da inteligência artificial (IA)
A inteligência artificial pode desempenhar um papel fundamental no ciclo de vida do FV+ESS, incluindo fabricação, construção, operação e otimização. A verdade é que, no campo das energias renováveis, a IA, bem como as tecnologias digitais, estimula a transformação da indústria.
O encontro entre inteligência artificial e outras tecnologias, como big data e computação em nuvem, está evoluindo. Cresce também a cadeia de ferramentas focadas no monitoramento de segurança, processamento de dados, implantação, operação e treinamento de modelos.
Digitalização
A maioria dos equipamentos das usinas fotovoltaicas convencionais não conseguem estabelecer comunicação uns com os outros, o que dificulta a execução de um gerenciamento mais eficiente. Nesse caso, o uso de tecnologias digitais mais avançadas pode resolver o problema.
A Internet das Coisas (IoT), 5G, big data, computação em nuvem e as tecnologias de detecção possibilitam que as usinas fotovoltaicas consigam enviar e receber informações por meio de “bits” (fluxos de informações) para gerenciar “watts” (fluxos de energia).
Como trabalhar com energia solar?
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