Até 2040 a empresa quer obter o reaproveitamento de, no mínimo, 50% das embalagens, além de atingir a neutralidade de carbono no escopo 1
Danielle Blaskievicz, especial para a Tribuna do Paraná
A Frimesa fez um anúncio público ao assumir um compromisso claro e mensurável com a agenda ESG, que envolve questões de sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa. A empresa é a primeira cooperativa brasileira a estabelecer metas para a indústria de alimentos que devem ser cumpridas até 2040. A divulgação foi feita pelo presidente executivo da organização, Elias José Zydek, no dia 29 de agosto, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), em Curitiba, durante o Fórum ESG, evento que reuniu cerca de 400 participantes das principais entidades ligadas ao agronegócio, além de clientes e fornecedores.
Zydek destacou a iniciativa pioneira da Frimesa como um passo natural dentro da organização, uma vez que a cooperativa sempre teve uma preocupação muito grande com a visão de toda cadeia produtiva e a importância de estruturar todo o ciclo de negócio de forma sustentável. “Eu prefiro chamar de ‘cadeia de valor’ na qual a cooperativa está envolvida. Isso vai desde o produtor rural até o consumidor final”, comentou.
Metas
A Frimesa é referência na produção de carne suína e de produtos lácteos, com uma ampla variedade de produtos para os mercados nacional e internacional. Para expandir a produção de maneira sustentável, uma das metas estabelecidas foi a de atingir 100% de rastreabilidade em sua cadeia de abastecimento até 2030, o que permite documentar o percurso do alimento ao longo de todo o processo até chegar ao consumidor final.
Outra questão que entrou na lista de prioridades da cooperativa foi criar, até 2025, um Comitê de Sustentabilidade com o objetivo de implementar práticas de biossegurança para prevenir doenças que possam colocar em risco os rebanhos –como vem sendo registrado em outros locais do mundo –, a exemplo da peste suína e outras doenças similares.
Outros assuntos que envolvem a sanidade animal e ambiental, como a reutilização da água, gestão de riscos socioambientais e o bem-estar animal devem fazer parte da pauta constante do Comitê de Sustentabilidade da Frimesa.
E, até 2040, o foco da cooperativa é o de obter o reaproveitamento de, no mínimo, 50% das embalagens recicláveis, reutilizáveis ou biodegradáveis, além de atingir a neutralidade de carbono no escopo 1.
Zydek destacou a importância dessas ações dentro do agronegócio, uma área que está acostumada a promover ações sustentáveis, porém não tem o hábito anunciar o que tem sido feito. “O agronegócio precisa divulgar mais o que está fazendo em termos de ESG. Talvez seja o segmento que mais pratica ESG e o que menos fala disso”, enfatizou.
Segundo ele, esse foi o objetivo principal do evento – que reuniu clientes, fornecedores, clientes, parceiros da área financeira e governamental: mostrar o plano de trabalho, o planejamento da Frimesa dentro da agenda ESG até 2040, embasado em estudos técnicos e de viabilidade econômica. “Hoje, o mercado internacional está muito exigente. O diferencial para o comprador do exterior é exatamente o fornecedor que adota as práticas ESG”, salientou o presidente da Frimesa.
Fundada do Paraná, a Frimesa Cooperativa Central possui uma trajetória de 45 anos no mercado e hoje é uma das marcas mais lembradas pelos consumidores. Segundo a pesquisa da Kantar, no Brasil, a Frimesa se destaca entre as 50 marcas mais consumidas, ocupando a 42.ª posição.
As operações industriais da cooperativa estão concentradas na região Oeste do Paraná, com seis unidades de produção. Três delas são dedicadas ao processamento de carne suína e outras três unidades voltadas para a produção de produtos derivados de lácteos. A sede central da empresa está situada na cidade de Medianeira. Os produtos da Frimesa são distribuídos para todo Brasil e exportados para mercados nos cinco continentes.