De YouTuber a Presidente de Associação, pessoas 60+ que não deixam a idade dizer quem elas são ou o que devem fazer, mostrando uma outra perspectiva de vida durante essa fase.
É fato: com a evolução da medicina e da tecnologia, a nossa expectativa de vida está cada vez mais alta. Mas não estamos apenas vivendo por mais tempo. Estamos também ficando cada vez mais ativos e conectados até nas idades mais avançadas. Mesmo assim, se você já passou dos 60, já deve ter ouvido frases como “você não tem mais idade para isso.”
Esse tipo de discriminação é conhecido como etarismo e prejudica diretamente a saúde física e mental de pessoas idosas. Isso porque pode provocar um sentimento de baixa autoestima e desamparo, que pode levar ao isolamento e à depressão.
Mas afinal, onde está o etarismo?
Está nos comentários desagradáveis, muitas vezes vestidos de “brincadeiras” sobre o envelhecimento. Está no desprezo pela pessoa idosa em vagas de emprego. Está na invisibilidade em consultas e consultórios, quando o médico e o acompanhante conversam sobre a saúde do idoso como se o mesmo não estivesse presente. Está nos estereótipos sobre as pessoas mais velhas, pintadas como frágeis, dependentes ou até senis, o que leva muita gente, às vezes de forma bem intencionada, a superprotegê-las ou julgá-las incapazes de exercer determinadas profissões, realizar determinadas atividades, ou até inadequadas para vestir certas roupas ou falar sobre certos assuntos.
E como combatê-lo?
O primeiro passo é a conscientização. É entender que envelhecer faz parte da vida, mas também que a idade não é impeditivo para nada. Muitas vezes, inclusive, o impeditivo é justamente o etarismo, que cria uma barreira física e psicológica para as pessoas idosas que querem exercer suas vontades, desejos, ambições e até a sua criatividade. E é justamente com a intenção de combater esse tipo de discriminação que o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa, a FAS e a Prefeitura de Curitiba lançaram a campanha “Minha idade não me limita”, que reúne histórias reais de pessoas idosas curitibanas que demonstram em seu dia a dia e em suas vidas que podem fazer muito mais do que pensamos e que, apesar dos estereótipos impostos, são exemplos de profissionalismo, criatividade e alegria.
Conheça abaixo algumas dessas histórias que a Prefeitura de Curitiba está divulgando na televisão, no rádio, na internet e nas ruas:
Dona Paula: vontade sem limites
Catarinense e moradora de Curitiba há mais de 50 anos, Dona Paula é cabeleireira, manicure e pedicure. Aos 91 anos de idade, ela vai sozinha de ônibus até a casa de suas fiéis clientes. Além de profissional dedicada, Dona Paula também é mãe e avó, e não abre mão de reunir a família no seu tradicional café da tarde aos domingos. Em meio a essa rotina atarefada, a cabeleireira ainda arranja tempo para fazer aula de ginástica, vender cosméticos e fazer quitutes caseiros, como pepino em conserva e deliciosas geleias.
Profª Jane Hir: evolução sem limites
Aos 29 anos, Jane teve sua primeira aula. Não como professora, mas como aluna de uma instituição de Educação de Jovens e Adultos – EJA. Mais tarde, fez magistério, se formou em Letras e, mesmo com mais de 60 anos, concluiu seu mestrado – cuja tese teve justamente a EJA como tema. Hoje, aos 66, ela é professora na sala de aula e no YouTube, onde publica vídeos periódicos sobre educação.
Se a medicina é uma grande responsabilidade, para a Dra. Ivete, ela é apenas mais uma da sua lista. Além de médica geriatra na Secretaria Municipal da Saúde e membro titular do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa (CMDPI), a Dra. também é a atual presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
Depois de conhecer essas histórias, fica fácil perceber que não é a idade que limita as pessoas idosas, mas sim o prejulgamento, a invisibilidade e os estereótipos. Por isso, sempre que alguém 60+ expressar uma vontade, um desejo ou uma ambição para você, apoie e incentive ao invés de julgar.
E se gostou da matéria e da campanha, compartilhe com seus amigos e familiares. As pessoas idosas de hoje e do futuro agradecem.