O Brasil assinou, em abril de 2022, um tratado para acabar com à comercialização de lâmpadas fluorescentes compactas até 2025. A proposta é iluminar a casa da população apenas com as versões de LED do produto.
As lâmpadas fluorescentes contêm elementos perigosos e nocivos à saúde e ao meio ambiente como mercúrio e sódio. Ao deixarem de funcionar, seu descarte é feito, muitas vezes, de maneira incorreta.
A Reciclus, organização sem fins lucrativos voltada à logística reversa de lâmpadas queimadas, já coletou 24,9 milhões de lâmpadas desde seu início em 2017, com a ajuda de pontos de coleta em empresas parceiras ao redor do Brasil — como a Balaroti, uma das maiores redes varejistas de materiais de construção do Sul do Brasil.
Como descartar lâmpadas queimadas
O descarte incorreto de lâmpadas é considerado crime ambiental, conforme lei 12.305/10 (Política Nacional de Resíduos Sólidos), mas ainda há desconhecimento da população sobre a maneira adequada de descartar as lâmpadas fora de uso, além do lixo doméstico — uma prática prejudicial ao meio ambiente.
Neste cenário, a Reciclus estimula os consumidores a abandonarem esses velhos hábitos e passarem a tratar seus resíduos de forma mais consciente. Para isso, basta que eles busquem um dos mais de 3300 coletores espalhados pelo país pela ONG para a entrega das lâmpadas.
O processo de reciclagem é simples: o coletor é instalado nos estabelecimentos comerciais parceiros e, quando cheio, a transportadora é acionada para recolher o conteúdo e levá-lo para a reciclagem. Lá, os subprodutos da lâmpada são separados, descontaminados e remetidos a indústrias de outros segmentos.
Por meio de filtros e processos seguros, o mercúrio presente na composição é recuperado e segue para outras aplicações, sem prejudicar a natureza.
Parceria de sucesso
Segundo Camilla Horizonte, gerente de Marketing e Prospecção da Reciclus, a parceria com grandes empresas dá mais visibilidade ao projeto e, assim, mais lâmpadas podem ser destinadas ao seu devido fim, beneficiando o meio ambiente.
“A parceria com grandes redes possibilita ampliarmos nossa capilaridade de locais com pontos de entrega com solidez, comunicação efetiva e maior aderência por parte da população, que passa a considerar a rede como um local preocupado com o meio ambiente e a comunidade”, acrescenta.
O Paraná é o 2º estado que mais coletou lâmpadas por meio dos pontos de entrega da Reciclus, totalizando 5,5 milhões.
A Balaroti está entre os 10 parceiros que mais ajudaram a recolher lâmpadas no programa: desde o começo da parceria em 2018 até agosto de 2022, a rede varejista coletou 452 mil lâmpadas, totalizando 67 mil kg em material. Allana Oliveira, analista de RH do Grupo Balaroti, explica que a empresa busca comprometer-se com pautas relacionadas à sustentabilidade e ao meio ambiente.
“A Balaroti está em constante evolução em busca de melhorias em prol do meio ambiente. Dentre as diversas ações que engajamos, a logística reversa de lâmpadas possui destaque. Grandes volumes descartados incorretamente possuem ação nociva à natureza e, aderindo à essa ação, 90% dos componentes das lâmpadas são reaproveitados nas indústrias. Com isso, minimizamos a extração de recursos naturais.”, finaliza.