Ele ainda não tem nome, mas já existe há uns 2 anos, pesa cerca de 20 quilos, anda, corre, sobe e desce escadas e é o xodó do policial militar Claudio Omar Schlichiting, 39 anos. Criador e criatura se fazem companhia horas a fio na oficina mecânica construída totalmente por Claudio, no fundo de sua casa, no Xaxim.
“Sou meio professor Pardal”, começa a conversa o PM, pra explicar como começou a construir o robô que lhe ocupa boas horas das folgas. Assim como o inventor das histórias em quadrinho, nem sempre é na primeira tentativa que Claudio acerta suas criações. Ele nunca estudou pra construir máquinas, mas sempre se interessou por elas. Isso desde a infância, quando era uma ameaça pros brinquedos eletrônicos: desmontava peça por peça pra saber como funcionam, sem a garantia de remontá-los a contento.
A curiosidade e a dedicação o levaram a montar o atual robô, ainda sem nome, guiado por um controle remoto de carrinhos eletrônicos e alimentado com energia de baterias de alarmes a até 50 metros de distância com obstáculos (a distância sobe pra 200 metros sem interposições) e carregar até 80 quilos. A intenção é incluir um braço mecânico articular pra pegar objetos pequenos, servindo, por exemplo, como um eficiente e seguro equipamento pra desativar bombas.
O maior empecilho pra concluir o projeto, conta, é o orçamento. Até agora, investiu R$ 10 mil, entre a compra de equipamentos, como o pequeno torno “difícil de encontrar” e os testes feitos e refeitos. O sistema pro braço mecânico, por exemplo, será importado, pra diminuir custos. “Aprendo o que preciso na internet, pergunto a amigos no batalhão que já usaram equipamentos parecidos, com um amigo técnico em eletrônica. Por enquanto é um hobby, vai demorar um tempo pra pensar na robótica como profissão”, diz Claudio, sem descartar a hipótese.