Vias curtas e sem saída viraram sinônimo de insegurança. Foto: Ciciro Back
Vias curtas e sem saída viraram sinônimo de insegurança. Foto: Ciciro Back

Entre as ruas David Tows e Issac Kriger, no Xaxim, existem três pequenas ruas sem saída, de uma quadra e meia cada. Apesar do tamanho reduzido das vias, os problemas de segurança pública neste quadrante, de apenas quatro quarteirões, têm se tornado grande incômodo para quem vive ou administra comércio no local. Para parte dos moradores, o distanciamento da polícia é o principal fator para esse domínio da criminalidade. Segundo eles, ao contrário do que vinha acontecendo ao longo dos anos, viaturas só aparecem na região quando a polícia recebe solicitação por telefone. Na maioria das vezes, depois que o crime foi consumado.

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Terreno baldio é usado para consumo de drogas até à luz do dia. Foto: Ciciro Back

Uma destas pequenas ruas do quadrante é a Sabino Costa Cristo. No fim dela há um terreno baldio com um carreiro que dá acesso a outro terreno na rua de trás. A população afirma não ter presenciado a venda explícita de drogas, mas a presença de pessoas consumindo entorpecentes no local é comum, até mesmo durante o dia. “De madrugada o ’bicho pega’. É um desfile de carros entrando e saindo. Sempre param perto do terreno baldio. Já vi até automóvel de luxo chegando”, disse um morador que vive há 16 anos na rua e pediu para não ter o nome divulgado.

Lina: viaturas, que passavam duas ou três vezes por semana, sumiram da rua há cinco meses. Foto: Ciciro Back

Com a presença de usuários de drogas, os furtos noturnos ou mesmo assaltos à mão armada no fim de tarde viraram rotina. “Há alguns meses dois garotos entraram armados no meu bar e mandaram todo mundo deitar no chão. Levaram o pouco dinheiro do caixa e também roubaram carteiras e celulares dos clientes. Levei prejuízo e o estabelecimento ficou marcado”, conta Lina Ferreira Costa, 56 anos, e que há 15 mantêm seu ganha-pão na mesma esquina.

Viaturas sumiram

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De acordo com ela, uma distribuidora de bebidas que fica a uma quadra de seu bar já está no terceiro dono diferente, porque geralmente não aguentam o número de assaltos. “Antes a polícia passava aqui na rua de duas a três vezes por semana e os marginais sumiam. Faz uns quatro ou cinco meses que as viaturas não aparecem mais. Falei com alguns policiais que conheço e me disseram que agora só podem rodar no bairro quando recebem solicitação”, completa dona Lina.

Também morador da região há muitos anos, o motorista Valmir Souza, 55, compartilha a mesma opinião da vizinha. Para ele, a presença policial é fundamental para que os moradores se sintam mais seguros. “Pode parecer simples, mas com a polícia passando de vez em quando, a ’maloqueirada’ fica menos corajosa”, afirma.

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PM pede denúncias

Ao contrário do que dizem os moradores, a Polícia Militar alega que o 13º Batalhão faz policiamento preventivo e ostensivo diário na Rua Sabino Costa Cristo. A PM está à disposição da população pelos telefones 190 e 181-Narcodenúncia. Informa que em época de pagamentos o policiamento é reforçado em áreas comerciais e cita que operações do Bope abrangem o Xaxim. Em nota, ressalta que quando flagra alguma situação de tráfico, aborda e encaminha os envolvidos à delegacia, “do contrário é preciso a denúncia”. “Quanto ao uso de drogas, é também problema de saúde pública”, afirma. Em casos consumados, a responsabilidade é da Polícia Civil, que faz as investigações. “Se existirem imagens ou características de suspeitos elas devem ser passadas para a Civil, para que ela identifique os autores e possa efetuar as prisões”.

 

Moradores estão assustados com a onda de violência. Foto: Ciciro Back

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