Em meio a uma região em que cada vez mais as casas e terrenos são trocados por prédios, a pequena área entre a via rápida Centro-Portão e a Rua Bororós esconde um pequeno tesouro para duas moradoras da Vila Izabel. Atrás de uma placa publicitária, há uma horta. Quem passar pela manhã no local pode encontrar as amigas Olga Favretto, 76 anos, e Inêz Angélica Simino, 63, cuidando dos pequenos pés de cravo, couve e temperos.
Agora, no inverno, as duas moradoras de um dos pequenos edifícios do outro lado da rua têm dificuldade em fazer outras plantas se manterem. “Mas já colhemos batata-doce, berinjela, aipim, muita alface. Para nós, é uma maravilha, ter verdura e legume orgânico para levar para casa. Até o bolo de cenoura fica mais gostoso”, conta Inêz.Tudo começou quando Olga, que sempre viveu em casas com terrenos, sentiu-se enfadada pelos limites de cimento do apartamento. Os filhos, que alugaram o terreno em frente ao edifício para instalar a placa publicitária, foram em socorro. “Eles me falaram que eu podia usar o lugar para fazer a horta. Até seria bom se mais gente quisesse ajudar, porque é um serviço recompensador, mas pesado”, conta. Convidou a vizinha, que tinha morado na roça, para ajudar na empreitada. A plantação de menos de 20 metros quadrados fez das duas grandes amigas.
