A bonita construção de linhas modernas, que chama a atenção de quem passa pela Avenida Comendador Franco, no Uberaba, pertinho do limite de Curitiba com São José dos Pinhais, ainda não tem um destino definido. Ali fica o prédio principal do Parque do Centenário da Imigração Japonesa, idealizado em 2008 e inaugurado ainda inacabado no final de 2012.
Mas o espaço que foi projetado para homenagear a chegada dos primeiros japoneses ao Brasil em 1908, passados quase dez anos desta data comemorativa, segue fechado ao público, cercado por placas metálicas, sem ser utilizado, do mesmo jeito como já foi mostrado pela Tribuna em diversas ocasiões, a última em março deste ano.
Hoje o local é protegido por uma equipe de vigias, que se revezam para afastar os vândalos, pichadores e possíveis invasores. Dentro do prédio, que em 2015 foi saqueado, pichado e depredado, atualmente não há nenhum móvel ou estrutura que indiquem como ele será aproveitado.
E além da edificação espelhada em forma de leque, o parque ainda conta uma estrutura de quase 650 mil metros quadrados, com pista de caminhada, academia ao ar livre e campo de futebol. Mas devido ao abandono e a sensação de insegurança, o local que fica às margens do Rio Iguaçu, segue sem atrair a população.
‘Herança‘ administrativa
Orçado inicialmente em cerca de R$ 4,9 milhões, o complexo que abriga o Parque do Centenário da Imigração Japonesa foi inaugurado pelo ex-prefeito Luciano Ducci, nos últimos dias de sua gestão. Depois disto, o local ficou abandonado por um longo período. Em 2015, sob o comando do então prefeito Gustavo Fruet, houve a promessa de que o parque seria entregue pronto até dezembro de 2016, com as devidas adequações, após uma primeira etapa de obras orçada em R$ 238 mil. O que não aconteceu. Neste período, poucas melhorias foram feitas, entre elas uma cancha esportiva e uma pista para caminhada.
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Outro projeto anunciado para o parque e que não saiu do papel foi a da construção de um centro de convenções. Segundo informações divulgadas pelo município em 2015, lá seriam investidos R$ 50 milhões para a construção de uma estrutura de 13,2 mil metros quadrados de área. Os recursos viriam do governo federal através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Mas isto não se concretizou, nem mesmo depois da aprovação pela Câmara Municipal de Curitiba da aquisição pela prefeitura, em dezembro de 2016, de um terreno que fica ao lado do parque, pertencente à Copel, pelo valor de R$ 200 mil.
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Prioridade?
Em março deste ano, procurada pela Tribuna, a prefeitura informou que o parque receberia uma atenção especial na gestão Rafael Greca (PMN). Segundo a administração municipal, o local teria seu nome alterado para Parque do Sol Nascente e não abrigaria mais um centro de convenções.
Segundo nota enviada na época pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA), a prioridade da prefeitura era integrar a área, restaurar o que foi abandonado e concluir um complexo educacional próximo com dois Centros Municipal de Educação Infantil (CMEIs) e escola estadual. Ainda de acordo com a SMMA, os prazos e estimativa de gastos só seriam conhecidos após a conclusão dos estudos sobre o local.
Sem avanços
Procurada novamente agora, para responder o que deve ser feito com o parque e o prédio central, a Secretaria do Meio Ambiente informou apenas que os estudos para o local seguem em andamento. ‘A área é considerada uma prioridade da gestão que, neste primeiro ano, buscou recuperar a capacidade financeira do município‘. Mas nenhum prazo ou detalhe sobre a conclusão do espaço de lazer foram divulgados.
Sobre a manutenção e a segurança no local, a administração municipal reforçou que estes serviços são feitos com valores do orçamento de manutenção para os mais de 40 parques e bosques e 430 praças da cidade. No entanto, a prefeitura não divulgou os valores investidos.