Palitos de sorvete são a aposta do artesão Aguinaldo Moreira, 48 anos, pra enfrentar a crise. Com experiência em montagem de móveis e marcenaria, ele viu os serviços diminuírem drasticamente nos últimos meses e resolveu retomar um antigo projeto, a AGM Artefatos de Palitos de Sorvete. O escopo do negócio foi escrito a mão em setembro de 2006, quando investiu R$ 23,75 na compra de 1,5 mil palitos e um tubo de cola de madeira de 500 gramas, pra montar 15 cestas de frutas e pães.
“Vendi tudo e reinvesti em mais material, mas por conta do trabalho como montador não sobrava muito tempo pras cestas. Mas agora chegou o momento de fazer isso dar certo, até porque o dinheiro está curto”, aponta. Pra Aguinaldo, se todo empreendedor pensar como ele, em breve a crise desaparece. “Digo sempre: invista, não desista, pois investir é progredir e contribuir pro nosso país”.
Depois de tirar da gaveta o projeto, ele aprimorou a ideia e passou a fazer cestas de pães e frutas e cachepô pra plantas com palitos de sorvete de Itu. “Eles são maiores, como tudo que vem de lá, exceto eu, que sou uma amostra grátis”, brinca Aguinaldo, que nasceu em Itu (SP), mas vive hoje com a família em São José dos Pinhais.
Ele escolheu um ponto com alto fluxo de veículos e pessoas no Uberaba, na esquina das ruas Doutor Gabriel Ferreira Filho e Augusto Steembock, e iniciou as vendas no dia 23 de julho. Cada peça de 40 centímetros leva em média 128 palitos de sorvete e Aguinaldo consegue fazer na hora pro cliente. “Levo uns 20 minutos e, se tudo der certo, vou ensinar outras pessoas”. As fruteiras são vendidas por R$ 20 e o cachepô por R$ 30. Aguinaldo também produz sob encomenda pelo (41) 9980-6380.
Diversificando o serviço
Na mesma Rua Doutor Gabriel Ferreira Filho, quase em frente ao ponto de Aguinaldo, a família Bach, da Bach Estofamentos, também dá exemplo na hora de driblar a crise. Há 14 anos no mesmo ponto, sentiram uma queda de 80% na procura pela reforma de estofados nos últimos meses. “O pessoal está sem dinheiro. Houve um tempo em que o serviço tinha fila de espera de um mês”, comenta a comerciante Neri Bach, 50 anos.
O marido dela, o comerciante Valdenor Roque Bach, conta que o jeito foi envolver mais a família pra tocar o negócio e não rejeitar serviço. “Eu, minha mulher e meu filho sabemos do período, mas estamos juntos pra superar essa fase”, explica.
Roque, como é conhecido, conta que a reforma de bancos de carros sempre teve procura, só que agora ganhou importância maior. Além disso, eles passaram a ampliar a atuação na reforma de cadeiras e outros tipos de móveis e na solda de veículos. “Ninguém dá garantia de solda, mas aqui eu dou porque seguimos com o princípio de oferecer qualidade. Tenho cliente que reformou o sofá antes da loja no Uberaba e continua com o mesmo móvel há 20 anos”, cita. O contato de Roque é (41) 8415-6362.
