Busão demorado

Foto: Felipe Rosa

Com 88 anos de idade, a aposentada Eutália da Silva Ferreira tem que reunir forças e muita paciência sempre que precisa sair de casa para algum compromisso. Isso porque o ônibus que passa na Rua Eunice Bettini Bartoszeck, no Uberaba, próximo à sua casa, costuma demorar a aparecer, prolongando sua espera no ponto. “Pego o ônibus Itiberê quase todos os dias, mas não é fácil, ele é demorado demais. Chego a ficar até uma hora esperando no ponto, o que para mim é ainda pior, pois quase não posso ficar em pé. Quando o ônibus vem dá até vontade de entrar e brigar com o motorista, mas sei que não resolve”, desabafa a idosa, que precisa do auxílio de uma bengala para caminhar.

Perto dali, em outro ponto da mesma linha, a assistente social Nely Piovesani, 50, compartilha da mesma indignação. “É muito demorado, de manhã até as 9h ainda tem ônibus, mas depois disso leva mais de uma hora entre um e outro. Em um fim de semana já esperei o Itiberê por uma hora e meia. Mas sempre foi assim, e o povo trabalhador é quem sofre. Já fizemos um abaixo-assinado e várias ligações para o 156, mas nada muda”, reclama.

Nely conta que já fizeram baixo-assinado e problema ainda continua.
Nely conta que já fizeram baixo-assinado e problema ainda continua.

E não é só o Itiberê que provoca a revolta dos moradores do Uberaba. As linhas Petrópolis -Ouro Verde e Jardim Centauro também são alvo de reclamações por conta da demora, da pequena quantidade de carros disponíveis e pela superlotação em diversos horários do dia.

“O Petrópolis também demora, até 55 minutos para passar e quando chega, está sempre lotado, impossível ir sentada. Além dele, tem o Centauro, outro com poucos ônibus na linha, e o Centenário-Hauer, que tem bastante, mas que não vai direto para o Centro e dá muitas voltas até chegar ao terminal. O problema é ter que ficar indo de um lado para o outro, não dá para pegar o ônibus perto de casa, a gente tem que se deslocar todos os dias”, protesta a cabelereira Ironi Gonçalves, 57.

Necessidade

Foto: Felipe Rosa
População reclama que no período de férias o número de coletivos nas linhas diminui ainda mais. Foto: Felipe Rosa

Para os moradores do Uberaba, o ideal seria que estas linhas tivessem mais ônibus disponíveis, para atender a grande demanda da região. Outra queixa comum entre eles, é que durante as férias, o número de coletivos nas linhas diminui ainda mais.

A Urbs admite que “as linhas citadas tiveram uma pequena readequação no período de férias, no fim do ano passado, em função do equilíbrio entre oferta e a demanda de passageiros. No entanto, para o passageiro, a alteração nos horários é apenas nos picos da manhã e da tarde, e inferior a seis minutos em relação aos demais períodos do ano”.

Com relação ao pedido feito pelos usuários, da incluir de mais ônibus nestas linhas, a Urbs não informou se há previsão de alguma alteração ou aumento no número de veículos.

Menos passageiros

Foto: Felipe Rosa
Foto: Felipe Rosa

Com o serviço nem sempre atendendo totalmente as necessidades dos passageiros, ano a ano cada vez mais pessoas deixam de utilizar os ônibus, buscando formas alternativas de transporte. Segundo dados divulgados pela Urbs, de 2000 a 2016 o número de passageiros transportados caiu mais de 18%. Ano passado, a média diária de usuários no sistema da capital foi de 1.620.000 pessoas.

Para a Urbs, “são vários os fatores que interferem na perda de passageiros, e o período de férias é um deles. A Urbs tem a missão de nos próximos quatro anos melhorar o sistema de transporte, tarefa que já começou com a reintegração da Colombo-CIC no próximo dia 23 e também com uma cooperação técnica entre Comec e Urbs para estudar outras melhorias”.

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