Há cerca de dez anos, os voluntários do projeto social Futebol de Rua atua junto às comunidades da periferia de Curitiba para ampliar as oportunidades das novas gerações. A iniciativa, que surgiu nas quadras do Uberaba, ganhou apoio internacional e já possui representantes em outras cidades do país.

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Dois alunos viraram profissionais, mas objetivo é abrir caminhos. Foto Giuliano Gomes.
Dois alunos viraram profissionais, mas objetivo é abrir caminhos. Foto Giuliano Gomes.

A principal regra ensinada pela equipe da ONG Futebol de Rua é o jogo limpo, ou no jargão futebolístico o “fair play”. “Buscamos ensinar futebol bonito às crianças, trabalhando com os valores associados ao esporte, como o respeito e a educação”, explica o fundador da ONG, Alceu de Campos Natal Neto.

Outra regra dessa modalidade de futebol determina que o drible valha mais pontos que o gol. “Para quem completa um drible, são anotados três pontos para o atleta e a equipe. Para quem faz o gol, é apenas um ponto. Após o final da partida são contabilizados os pontos das equipes e de cada atleta”, explica Alceu.

Criado em 2006, projeto atua em comunidades da periferia de Curitiba, junto a mais de 500 crianças. Foto Giuliano Gomes.

A iniciativa surgiu em 2006, na região do Cajuru. Alceu mantinha um emprego e dedicava seus fins de semana às crianças das regiões mais vulneráveis e de maior risco social. “Nossa agenda é dedicada a dar uma alternativa de lazer nos fins de semana às crianças. Queremos abrir a mente das crianças que gostam do futebol a todas as possibilidades que esse universo oferece”, conta.

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Crescimento

De acordo com o fundador do projeto, duas crianças participantes do projeto ingressaram no profissional. Mas para Alceu, esse não é objetivo perseguido pela ONG. “Nossa principal motivação é mostrar para os jovens que eles não precisam ser o Neymar para fazer o que gostam e podem crescer em muitas profissões que envolvem o universo da bola”, diz Alceu.

Oscar e Alceu mostram oportunidades que o futebol oferece. Foto Giuliano Gomes.
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Participante do projeto há dois anos, o estudante Ryan Andrade, 9 anos, da Escola Municipal Marumbi, conta que não perde mais nenhum sábado sem bater bola. “O bom de vir aqui é que sempre fazemos novos amigos. Além disso, já melhorei muito desde que comecei”, comenta Ryan.

Parceria inglesa

Com o passar dos anos, a ONG Futebol de Rua cresceu. Hoje, expandiu seus trabalhos a outras cidades, como São José dos Pinhais, São Paulo e Londrina. O projeto conta com importantes parcerias com a Secretaria Municipal da Educação, Secretaria Municipal do Esporte, Ministério do Esporte e a ONG inglesa Lionsraw. Agora, Alceu se dedica integralmente ao projeto e comemora a sede própria, no Cajuru, que está em fase de conclusão.

Apenas em Curitiba, Alceu estima que mais de 500 crianças sejam atendidas nos seis núcleos da capital. Segundo os organizadores da ONG, a cada ano o projeto ganha novos adeptos. “Quando surge uma demanda em algum colégio que atende o perfil do projeto, capacitamos um voluntário ligado a realidade da comunidade e mantemos iniciamos um novo núcleo”, conta o presidente da ONG, Oscar Muxfeldt Neto.

Jogo limpo é o mais importante e drible vale mais que gol. Foto Giuliano Gomes.

Cultura

De acordo com Oscar, outra importante parceria veio com a ONG inglesa Lionsraw. “Eles possuem perfil parecido com o nosso e se identificaram com o projeto. Com essa parceria será possível garantir, assim que a sede estiver finalizada, programações culturais e até professores de inglês para complementar o trabalho nas comunidades”, diz Oscar.

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