O viaduto pra entrada na Vila Pompéia, no Tatuquara, está pronto, mas a população ainda não pode usá-lo. A obra fica no quilômetro 117 da BR-116, nas proximidades do Ceasa, e foi entregue pela concessionária Autopista Planalto Sul em setembro. No entanto, ficou faltando fazer as alças de acesso, que são de responsabilidade da prefeitura. Para construí-las, a administração municipal tem que desapropriar famílias, e tudo indica que o processo vai demorar.
Segundo o pedreiro aposentado Paulo Campelo da Silva, 79 anos, faz um mês que a prefeitura esteve em sua casa, na Rua Francisco Xavier de Oliveira. “Eles vieram, pintaram uns números aqui, veio assistente social também. Mas, até agora, não sabemos se eles vão indenizar, pra onde vão mudar a gente, nem quando”, diz.
O vendedor Isaías Celestino de Oliveira, 37, tem uma garagem na mesma rua e confirma que a comunidade ainda não recebeu uma proposta sobre a desapropriação. “Somos trabalhadores do Ceasa, não queremos ser removidos pra longe. Às 3h30 da manhã já temos que estar aqui. Queremos negociar, mas a prefeitura não está se comunicando com a gente”, afirma. Os moradores indagam por que a desapropriação não foi feita antes de o viaduto ficar pronto. A estimativa é que onze famílias sejam removidas dali.
Problemas
Quando o viaduto for liberado pra tráfego, a administração municipal poderá retirar um semáforo que fica abaixo e provoca congestionamentos.
Conforme relata o autônomo Claudomiro Birk, o trânsito naquele ponto é complicado: “Na rotatória do semáforo é um caos, fica tudo parado em todos os sentidos”. O aposentado José Gomes diz que o problema não é só de tráfego, mas também de segurança, já que criminosos fazem arrastões nos carros parados no engarrafamento.
Quase nada definido
A prefeitura de Curitiba informa que ainda estuda a melhor maneira para a execução da obra e busca recursos, inclusive, através de parceria com o governo do Estado, via Paranacidade.
“O projeto é de responsabilidade do Ippuc e ainda não está finalizado. Por este motivo, não há como afirmar o tamanho da área que deverá ser desapropriada, nem mesmo quantas famílias precisarão ser realocadas”, afirmou, em nota. De acordo com a concessionária Auto Pista Planalto Sul, o valor do contrato da obra foi de R$ 8.170.758,27.