Sem limites pra viver

Foto: Ciciro Back.

Saber envelhecer. O aposentado José Antônio da Silva, 74 anos, pernambucano de nascimento, cidadão brasileiro por vocação, e morador da Vila Rural, no Tatuquara, há 20 anos se revela um mestre em se adaptar.

Há três anos, as complicações de saúde por conta da diabetes comprometeram a visão dele, o que o impediu de continuar a dirigir. A solução para continuar se deslocando aos locais de costume veio com uma antiga relíquia adquirida em 1984: uma bicicleta cargueira Monark, comprada com o dinheiro dos serviços prestados como peão de trecho em várias cidades do interior de São Paulo e Paraná.

O modelo, no entanto, precisou ser incrementado para suprir as necessidades de José e sua família.
Para percorrer distâncias maiores, ele levou a bicicleta para uma oficina do bairro, que a transformou em uma engenhoca movida a energia elétrica. “Não me deixa na mão e, caso acabe a bateria no meio de um trajeto, sigo no pedal”, explica.

Tomada

Para se transformar em bicicleta elétrica, a oficina usou três baterias de moto. Isso permite que o veículo consiga atingir até 50 quilômetros por hora, mas José diz manter a velocidade entre 25 e 30 km/h. “A cada três dias preciso carregar na tomada de casa”, informa.

O meio de transporte de José ainda conta com dois cata-ventos no guidão, que ele mesmo instalou, e amplo espaço atrás para carregar as compras de supermercado e ajudar Maria do Carmo Fragassi da Silva, com quem está casado há 42 anos. “Gosto de ajudar minha esposa. Sei que um vai enterrar o outro, mas temos a sorte de termos nos encontrado e conseguido superar cada dificuldade desta vida”, ensina.

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