Cleide demora mais,
mas prefere outro caminho. Foto: Gerson Klaina.

Um caminho sempre sujo, com mato alto e perigoso. Essa é a realidade enfrentada por muitos moradores das vilas Unidos do Umbará, Dalagassa e Terra Santa, que percorrem as ruas Coronel João Rodrigues da Silva Lapa e Evelázio Augusto Bley. Tais vias são usadas para pegar ônibus ou levar o filho na escola, porém, o mato alto torna intimida a travessia.

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A auxiliar de serviços gerais Cleide Messias de Lima, 48 anos, que mora há três anos no Terra Santa, explica que poderia fazer caminho três vezes mais curto, mas não tem coragem. “Seriam cinco minutos até o ponto mais próximo da linha Jardim da Ordem. Mas tenho medo do que possa ocorrer se eu atravessar esse matagal, o jeito é seguir pela rua junto com os carros para o outro sentido da Evelázio Augusto Bley para pegar ônibus na Antônio Zanon”, descreve.

Ela reconhece que o caminho mais longo também testa a sobrevivência dela. “Além do risco de acidentes, porque o mato também invadiu aqui, preciso de duas bombinhas para dar conta da subida, pois tenho asma. Mesmo assim, esse lado parece menos arriscado”, afirma. Além do medo de assaltos e outros tipos de violência, Cleide diz que não é raro ser surpreendida por ratos e cobras.

Ivan diz que tem que
desviar buracos pelo mato. Foto: Gerson Klaina.

O jardineiro Ivan de Jesus Pereira, 50 anos, que cruza a região diariamente oferecendo seus serviços com suas ferramentas de trabalho em cima de um carrinho de mão, afirma que se acostumou com os obstáculos. “Seria mais fácil se tivessem calçadas, até porque o carrinho não passa quando tem muita lama, mas já aprendi desviar pelo mato para poder trabalhar”, explica.

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Roçada

Procurada pela reportagem, a Administração Regional do Pinheirinho informou que os serviços em ambas as ruas seriam executados na semana passada, dentro da programação da equipe de manutenção da prefeitura. Os terrenos dessa região pertencem ao município e à Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab). Em situações que o mato fique na condição flagrada pela reportagem, a recomendação é que seja solicitada a roçada no 156.

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