Quem passa pelas ruas do Tatuquara, em locais como os conjuntos Boa Esperança I, II e III se espanta com a grande quantidade de cachorros abandonados, que circulam pela região em busca de um pouco de comida, água ou abrigo. São tantos que moradores e os prestadores de serviço reclamam dos incômodos.
“Lixeiros, funcionários dos Correios, da Copel, da Sanepar, entregadores e até servidores públicos da saúde que fazem visitas aos pacientes acamados muitas vezes são intimidados e até atacados por cães, que se proliferam pelas ruas”, relata o aposentado Célio Borba, 45 anos, que mora perto dali.
Campanhas
Para ele, boa parte desta situação seria solucionada com ações públicas preventivas. “Já tem três anos que os conjuntos Boa Esperança foram entregues e, neste período, sempre enfrentamos problemas com os cães. Acredito que se fossem feitas campanhas de castração, microchipagem e, principalmente, orientação aos donos sobre como cuidar corretamente de seus animais, não teríamos tantos bichos pelas ruas”, comenta Célio. “Estas campanhas devem ser feitas em comunidades como a nossa e não somente lá no Parque Barigui”, opina.
Por não serem vacinados e não receberem os cuidados adequados, os animais podem transmitir doenças como a raiva, infecção viral que pode levar à morte. Além do risco de ser mordido e ficar doente, quem mora na região está sujeito a sofrer um acidente de trânsito, já que os cães perambulam por vias como a Rua Presidente João Goulart, uma das mais movimentadas do bairro.
De quem é a responsabilidade?
O abandono de animais é crime, por leis municipal, estadual e federal. De acordo a prefeitura, a maioria dos animais soltos e em condições precárias, não são abandonados. “Os cães localizados nas ruas, em sua maioria, são cães semidomiciliados. O responsável deixa o animal solto na rua, por isto é realizado um trabalho de conscientização dos responsáveis. Já o recolhimento de cães que ofereçam perigo ao cidadão é realizado pela Guarda Municipal”, cita nota da Rede de Proteção Animal de Curitiba.
A rede tem programa de castrações e de orientação referente à guarda responsável. Em 2014, a Rede de Proteção Animal realizou 4.200 castrações, colocou microchip em 6,5 mil animais, fez 2,7 mil vistorias em estabelecimentos comerciais e em relação a denúncias de maus-tratos, vistoriou 140 acumuladores de animais e promoveu 251 adoções.