Até que enfim!

O drama dos moradores do extremo sul de Curitiba que necessitam de atendimento de urgência e emergência pelo SUS (Sistema Único de Saúde) está prestes a terminar. Após vários adiamentos, a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Tatuquara vai ser finalmente inaugurada na próxima segunda-feira (22).

Como a Tribuna já mostrou, a previsão inicial da gestão Gustavo Fruet (PDT) era abrir as portas da UPA em janeiro de 2016, mas pouco tempo depois a data passou para março de 2016. Mas quando a administração regional foi implantada, em novembro de 2015, o prazo passou para o primeiro semestre do ano passado. Porém a obra foi concluída apenas no fim de 2016 e entregue no dia 21 de dezembro, mas, por falta de funcionários e equipamentos, não estava funcionando.

A UPA foi planejada para atender aproximadamente 100 mil pessoas dos bairros Tatuquara, Caximba e Campo de Santana. A dona de casa Miguelina Mendes, 46, diz que a unidade vai ser muito importante para os moradores. “Faz muita falta aqui no bairro mesmo. Tem que ir pra outros bairros. Se tivesse inaugurado aqui, ficava melhor”, afirma.

Heloisa: deslocamento era o maior problema. Foto: Felipe Rosa
Heloisa: deslocamento era o maior problema. Foto: Felipe Rosa

Sem a unidade 24 horas no bairro, os moradores tinham que se deslocar até locais mais distantes para serem atendidos. “Tem que ir pro Pinheirinho, pra CIC, lá pro (Hospital do) Trabalhador, aí vai o dia inteiro lá”, conta a diarista Vera Lúcia de Proença, 46. Para a dona de casa Heloísa Cristiana de Souza, 20, que tem uma filha pequena, o deslocamento também era o maior problema. “Fica mais perto, fora (poder atender) as outras pessoas que precisam que não têm condições de pagar um plano”, diz.

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Restaurante engatilhado

Enquanto a UPA está com data marcada para ser inaugurada, outras promessas de obras para o bairro ainda não saíram do papel. Desde que assumiu a prefeitura, Rafael Greca visitou as 10 regionais administrativas de Curitiba. Em visita à regional do Tatuquara, em 27 de janeiro, o prefeito solicitou que os espaços vazios das Ruas da Cidadania sejam aproveitados, e solicitou o estudo para a implantação de um restaurante popular, que está sendo feito no Ippuc. Todo o processo ainda será estudado em conjunto com a Secretaria do Abastecimento, que é responsável pelos restaurantes populares da capital.

Miguelina: UPA faz muita falta aqui no bairro. Foto: Felipe Rosa
Miguelina: UPA faz muita falta aqui no bairro. Foto: Felipe Rosa

Vera Lúcia de Proença, 46, acha que o restaurante vai ajudar bastante. “Acho que seria importante pro pessoal que trabalha perto aqui nas firmas”, diz a diarista. Miguelina Mendes, 46, acha que a ter a administração regional – com vários serviços das secretarias municipais – no bairro já é uma vitória. “Nós já estamos nos dando por satisfeitos por ter a regional aqui”, afirma a dona de casa.

Terminal ainda no papel

Em 2014, o ex-prefeito Gustavo Fruet prometeu a construção de um terminal de ônibus no mesmo terreno da Regional do Tatuquara, em uma área de 3.300 metros quadrados, para atender a demanda da região. A promessa era de que a obra seria iniciada no segundo semestre de 2015, com previsão de entrega para 2016, mas até agora o terreno continua vazio.

Terminal ainda não tem previsão de construção. Foto: Felipe Rosa
Terminal ainda não tem previsão de construção. Foto: Felipe Rosa

A obra é de extrema importância para os moradores do bairro, que têm poucas opções de linhas de ônibus e ainda dependem do terminal do Pinheirinho para chegar a diversos locais de Curitiba. “É só promessa, estamos esperando, quem sabe um dia. Promessa é dívida”, cobra Vera Lúcia.

O terminal vai atender as linhas da Região Sul de Curitiba: Rio Bonito, Dalagassa, Pompéia, Janaína, Santa Rita, Rurbana e Tatuquara. O projeto está em fase de aprovação pelo Ministério das Cidades. De acordo com a Prefeitura de Curitiba, o investimento de R$ 8,1 milhões terá recursos do Orçamento Geral da União.

A previsão é que até o final de junho, o ministério emita a Síntese do Projeto Aprovado (SPA). A SPA é necessária para a aprovação dos recursos por parte da Caixa Econômica Federal, que é o organismo financiador. Após isso, a prefeitura deverá aguardar a autorização do início das obras, que deve ser emitida pelo governo federal.

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