Na casa antiga de madeira localizada na Rua Maria de Lourdes Mickosz, no Taboão, o aposentado Fernando Chepanski, 68 anos, viu a região crescer. Ele afirma que o local onde vive mudou, mas não muito. “Muitas casas foram construídas, assim como condomínios, mas no geral o bairro continua muito tranquilo, assim como era quando vim pra cá morar com meus pais”, conta.
Seu Fernando chegou ao Taboão em 1953 junto com seus pais, que moravam na antiga Colônia Santa Gabriela, em Almirante Tamandaré. “Essa casa onde eu moro veio com meu pai e minha mãe e ela já tinha uns 20 anos de construção. Então, fazendo uns cálculos por baixo, essa casa tem com certeza mais de 80 anos”, explica.
O aposentado mora sozinho no local desde que seu pai faleceu e deixou a casa para ele e os irmãos. Como nunca casou, ficou para cuidar do imóvel da família. A estrutura da casa está em boas condições. Ela se destaca pelo vasto jardim, que se tornou o grande passatempo de Seu Fernando desde que se aposentou, após trabalhar a via inteira na indústria gráfica da capital. “Aqui é onde eu fico boa parte do dia. Faço uns trabalhos de jardinagem pela região, mas fico aqui sempre. Na minha cabeça, velho não pode ficar muito parado. Tem que se manter em movimento para o corpo não parar e se manter saudável”, explica.
O jardim do Seu Fernando se tornou referência entre os vizinhos. Ele conta que toda semana alguém da vizinhança o procura para buscar algum tipo de erva que cultiva. “De vez em quando batem aqui e pedem um ramo de alecrim para temperar alguma coisa. Ou um maço de ervas-doces para um chá. E eu sempre dou. Acho importante a política de boa vizinhança”, ressalta.
Ele conta que gosta de morar na região do Taboão e se diz estar mais do que habituado à região. “Vim pra cá ainda piá e conheço tudo por aqui. Lembro disso aqui quando tudo era praticamente mato. Tinha muitas chácaras e ainda nem se chamava Taboão. Aqui era considerado tudo Abranches”, recorda.
Apesar de gostar do lugar onde vive há 62 anos, Seu Fernando reclama da falta de estrutura do bairro. “Tem muitas opções de comércio, mas ainda falta um grande supermercado e uma lotérica. Pra pagar conta de água e luz sou obrigado a ir pro Centro. Não que isso seja o fim do mundo, mas facilitaria se abrissem uma lotérica aqui. A que tinha fechou por causa de assaltos”, lembra. “Mas não tenho do reclamar. Vivo num lugar muito bom e fazendo coisas que eu gosto”, conclui.
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