Enquanto muita gente do Conjunto Salgueiros, no Sítio Cercado, faz de tudo para deixar a própria casa com a aparência bonita, a imagem do espaço que representa todos os moradores não é das melhores. A sede da associação dos moradores precisa de boa adequação para dar uma cara mais agradável à região e atender bem crianças e adultos que participam de diversos projetos desenvolvidos no local.

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Além de reuniões com o pessoal do bairro para discutir assuntos de interesse da comunidade, durante a semana a Associação de Moradores do Conjunto Salgueiros recebe pessoas de todas as idades para atividades como aulas de teatro, escolinha de futebol, artesanato para a terceira idade, grupos de hipertensos, aulas de ginástica e de capoeira.

O espaço onde hoje fica a associação serviu de abrigo para vigias que cuidavam dos materiais para construção do conjunto habitacional. Há 33 anos a sede da entidade que representa os moradores funciona ali. O tempo, o uso e a falta de verba para reforma resultaram em uma série de problemas: infiltrações, instalação precária da rede elétrica, telhas quebradas e pintura desgastada são alguns exemplos.

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O presidente da associação, Claudio Antonio de Oliveira, se desdobra entre o trabalho de contador e questões pessoais para fazer o melhor pela comunidade. Qualquer probleminha no bairro corre atrás da administração pública para tentar uma solução, assim como tenta há anos melhores condições de infraestrutura para a sede da associação e para as quadras de esporte, onde são feitas as aulas da escolinha de futebol e outras atividades. “Já reivindicamos mais areia para a quadra, a troca das telas para as crianças não se machucarem e cobertura para que elas possam jogar nos dias de chuva”, exemplifica.

Nos dias de chuva forte, as atividades da associação são canceladas por causa da má qualidade da cobertura. Claudio conta que as crianças deixam cair pipas e bolas em cima do telhado e, quando vão buscar, quebram as telhas. “A gente foi fazendo uma gambiarra, botando uma telha em cima da outra”, diz.

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R$ 200 pra manutenção

Os moradores do conjunto não pagam nada para participar dos projetos da associação. Também não é cobrada mensalidade. A entidade é mantida com o aluguel do espaço para eventos. “Para manter a associação é preciso no mínimo R$ 200, para pagar água, luz, material de limpeza”, comenta o presidente. As latas usadas nas festas são guardadas e vendidas para adquirir verba extra. “Se sobra algum dinheiro, sempre usamos para fazer alguma festa para as crianças, por exemplo”.
A Tribuna conversou com muitos moradores do conjunto que reclamaram do estado da associação. Claudio critica a postura de algumas pessoas. “Tem gente que reclama, mas quando a gente pede ajuda para participar de algum mutirão, não vem. É fácil tacar pedra. A crítica é importante, mas tem que participar para entender como as coisas funcionam”, desabafa.

Papel de cidadão

O esforço de Claudio Antonio de Oliveira para melhorar o bairro vai além das questões da associação. Sempre que corre na pista de caminhada do conjunto, aproveita para cuidar do espaço. “Termino a corrida e vou juntando o lixo que encontro. Tem gente que elogia, mas acho que não estou fazendo mais do que o meu papel de cidadão, já que usufruo do espaço”, destaca. As árvores no entorno do Ribeirão dos Padilhas também receberam a atenção de Claudio. Ele diz que muitas vezes quando era feita a roçada do mato as árvores eram afetadas. “Coloquei madeira em volta das árvores para proteger”, cita. (LB)