Com a meta de ampliar de noventa para cem o número de pessoas atendidas ainda neste ano, a Associação Beneficente Oásis, que iniciou as atividades em 2007 na Comunidade Bromélias e está desde 2009 no Osternack, desenvolve um trabalho de construção de valores nas comunidades de risco social. O nome foi escolhido porque a missão da entidade é ser um lugar de convivência para crianças, adolescentes e mulheres em situação de vulnerabilidade social.
O presidente da associação, pastor missionário Geremias Souza, explica que por meio de atividades culturais, esportivas e de formação a entidade busca fornecer ferramentas para o desenvolvimento da cidadania e, dessa forma, evitar que os atendidos se envolvam com drogas e criminalidade. “Buscamos ampliar as opções dessas pessoas, a ponto delas entenderem que existe um futuro pela frente”, explica.
Integrando a Comunidade Internacional Missionária Maasbach, que financia boa parte do projeto, Geremias explica que a ideia inicial do projeto era focar em crianças portadoras do vírus HIV. “Felizmente detectamos que não havia muitos casos desse tipo aqui na região e ampliamos o atendimento, mas com o foco em crianças e adolescentes em vulnerabilidade social”, explica. “As mulheres atendidas entram nesse foco pela influência delas nesse contexto”, acrescenta a coordenadora do projeto Elisaete Gardenia.
Atualmente, as atividades oferecidas são literatura, música, grafite, artesanato, inglês, grafite, além da programação fixa envolvendo recreação, discussões temáticas e estudos religiosos. “Tudo que é oferecido na Oásis conta com profissionais volunatários com um vasto currículo, porque primamos pela excelência no atendimento. Somente após mudarmos para o endereço atual, há um ano, que resolvemos ampliar o número de atendidos, devido à preocupação com a qualidade, inclusive das acomodações, para quem é atendido”, esclarece Elisaete.
Mesmo atendendo mais pessoas do que o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Madre Tereza, no Ganchinho, a Oásis possui uma longa fila de espera. “As pessoas percebem a mudança que é ter um espaço que, muitas vezes, vira a própria referência de vida delas e vendo essa transformação elas divulgam para mais gente”, observa Geremias.
Lanche suspenso
A mudança de endereço da associação e a assinatura de dois convênios com a Fundação de Ação Social (FAS), que viabilizou o material para as escolinhas de literatura e grafite, marcaram também a interrupção do fornecimento de lanche por parte da prefeitura. “Se eu soubesse que ficaríamos sem o lanche, não teria ficado com o material dos cursos”, explica Geremias.
Segundo ele, a entidade está buscando novas parcerias para não cortar o lanche, uma vez que para muitas crianças essa é a principal refeição do dia. A FAS orientou a associação a buscar a realização de convênio com o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Curitiba (Comtiba) para ter acesso a recursos do Fundo Municipal para a Criança e o Adolescente (FMCA) que permitam a aquisição de materiais e alimentos.
Livro
Um dos frutos do projeto é o livro “Um convite a sonhar”, organizado em 2013, com textos e ilustrações de crianças e adolescentes da Oásis. A coordenadora pedagógica Cristiane Lorenseti explica que a obra está editada e revisada, mas ainda não foi publicada por falta de recursos. “Estamos na batalha por parceiros, pois a ideia é ter uma primeira edição com mil exemplares e noite de autógrafos”. Outra preocupação dos envolvidos no projeto é capacitar mais comunidades para multiplicar o alcance da iniciativa através da filosofia de trabalho deles. Quem tiver interesse em ajudar ou se capacitar pode procurar a comunidade pelo email: elisaete@maasbach.com.br