Sítio Cercado

Lições teatrais

Através do lúdico, uma equipe especial da Guarda Municipal (GM) promove lições de cidadania e alerta as crianças sobre os perigos do dia a dia. Como a procura é muito grande, a agenda do grupo está cheia. A Tribuna acompanhou uma das últimas apresentações sobre os perigos da internet, no Centro de Educação Infantil Professor José Cavallin, no Sítio Cercado. Na plateia, crianças de 6 a 10 anos de idade.

Com o projeto em funcionamento desde 1991, já são 70 peças com temas variados que integram o repertório do teatro da GM. “Tudo começou através da inspetora Paulina, que realizava palestras nas escolas. Porém, quando os guardas iam conversar com as crianças ficou claro que a linguagem teria de ser adaptada. Daí surgiu este trabalho para promover desde cedo a cidadania junto às futuras gerações”, recorda o guarda Freitas.

As peças são escritas pelos próprios guardas. Em muitos casos, os temas são propostos pelas escolas e empresas que solicitam o serviço. “Levamos uma média de quinze dias para terminar uma peça. Mas isso varia de acordo com cada pedido. Algumas peças apenas atualizamos, já outras mudamos um pouco. Varia de acordo com a idade do pessoal e a aceitação deles”, conta.

Foto: Felipe Rosa.
Projeto existe há mais de 20 anos. Foto: Felipe Rosa.

Segundo o guarda, o tema mais pedido neste ano tem sido os perigos na internet. Mas eles também abordam equidade racial e de gênero, bullying, o perigo das drogas e muitos outros temas. “Algumas vezes a criança tem uma visão errada do guarda e se sente com medo. Nestas apresentações mostramos que estamos aqui para ajudar e alertamos para o que há de errado. Assim conseguimos fortalecer a relação da criança com a própria polícia”, afirma o guarda Baladelli.

Para a diretora do colégio, Joseane de Oliveira, a experiência se mostrou muito positiva. “Sempre abrimos a escola para eventos que agreguem valor para as crianças. Eles têm uma dinâmica muito boa, e antes mesmo do teatro ser realizado, preparamos discussões interdisciplinares para que os alunos já estejam a par do tema. Após a apresentação eles realizam atividades para refletir no que foi passado”, explica.

Histórias

Foto: Felipe Rosa.
Baladelli: Usamos a linguagem que eles entendem. Foto: Felipe Rosa.

No palco, as crianças se divertem com o Guarda Leo, personagem do teatro. Neste ano, a história da personagem fictícia Chiquinha, que estava prestes a embarcar no carro de um estranho em contato feito pela internet, está servindo de alerta para que as crianças evitem contatos perigosos pela rede. “Usamos gírias e falamos na linguagem que eles entendem. É legal ver como eles se envolvem, e em alguns casos querem até arremessar objetos no vilão da história”, relata Baladelli.

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Sobre o autor

Samuel Bittencourt

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