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Pais de alunos da Escola Municipal CEI Professor José Cavallin, no bairro Sítio Cercado, em Curitiba, estão angustiados com a situação do colégio. O motivo é um dos prédios da escola, que está interditado desde o início do ano letivo por conta de problemas estruturais.

Os pais, preocupados com a atual situação dos filhos, fizeram até mesmo um abaixo-assinado exigindo soluções da prefeitura e protocolaram a reclamação no Ministério Público do Paraná há alguns meses. Eles querem saber se o prédio interditado será reformado ou demolido. Apesar desta interdição e da estrutura comprometida, outra parte da escola funciona normalmente.

O local é cercado por tapumes, mas fica muito próximo da área que está sendo utilizada pelos estudantes. “Eu estou nessa luta desde 2015, quando uma das minhas filhas entrou no colégio. No começo, a gente queria só a saída de emergência, mas agora queremos uma reforma, já que paredes caíram e um dos prédios foi interditado. Desde então a situação está complicada, já que não sabemos o futuro do colégio. Do lado de fora é possível ver a situação do lugar, as paredes comprometidas, pinturas caindo, canos aparecendo, tapumes para todos os lados. Não acho seguro um colégio estar desse jeito, precisamos saber o que será feito”, questionou a cuidadora de idosos Priscila Prestes da Cruz, 31 anos, mãe de duas alunas da escola.

Foto: Átila Alberti

Rotina alterada

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As crianças que estudam no colégio têm entre cinco e 10 anos e, desde que o lugar foi interditado, em fevereiro deste ano, a rotina está diferente. Os 420 alunos que estudavam no edifício foram realocados no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Jayme Canet Júnior, que fica a dois quilômetros da escola. Para chegar até o CMEI, os alunos são deixados pelos pais na antiga escola e vão de ônibus, disponibilizados pela Prefeitura de Curitiba, até lá. A viagem não é tão longa, mas alguns pais relatam que como os filhos são pequenos, o caminho se torna desgastante e até mesmo perigoso.

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Outros alunos permanecem na instituição, porém em outro complexo que funciona normalmente. “Eu tenho uma filha de cinco anos que estudava aqui e foi realocada. Está precária a situação e a minha filha chega cansada por conta da viagem diária para o CMEI. Nós ficamos preocupados com esse deslocamento. Por conta disso, ela está esgotada e não tem ensino de qualidade. Não é por culpa dos professores, mas sim, por causa da estrutura precária do lugar. Gostaríamos de saber o que será feito, se existe risco, e quando teremos uma resposta sobre esse assunto. A Constituição garante educação de qualidade, né?”, desabafou Gisele das Graças Oliveira, 44 anos, auxiliar de produção.

Mães na bronca

Além do deslocamento para outra escola, os pais reclamam que a área interditada tem paredes rachadas e comprometidas, o que pode causar um acidente com aqueles que ainda estudam na escola. Para evitar o acesso ao prédio, tapumes foram colocados pela prefeitura em volta do complexo interditado, entretanto os pais temem que o local desabe a qualquer momento. O refeitório e as salas de aula da escola ficam ao lado da área interditada.

Foto: Átila Alberti

Do lado de fora do pátio, em uma rua paralela, é possível ver a condição em que o prédio se encontra. Até mesmo alguns moradores do bairro e parentes de alunos ficam preocupados com o local. “Desde o começo do ano estamos preocupados com a situação da escola. Minha sobrinha veio de uma creche que ela era bem acolhida e agora tá desse jeito. Quanto aos professores não temos o que falar, mas a estrutura tá muito complicada”, relatou a tia de uma aluna, Ana Carla Gonçalves, 30 anos, vendedora.

Monitoramento

Apesar da preocupação com o desabamento, a Secretaria Municipal da Educação, procurada pela reportagem, nega que isso possa acontecer, já que um monitoramento está sendo realizado diariamente por engenheiros. Conforme o órgão, somente com os laudos dos monitoramentos contínuos será possível definir o destino do prédio. “Após perícia técnica na parede, equipamentos foram instalados para que a estrutura seja monitorada e as próximas ações em relação ao bloco da UEI serão definidas nas próximas semanas. A equipe técnica já realiza a leitura do primeiro laudo do monitoramento, mas ainda é preciso outras medições criteriosas para precisão total da situação do prédio”, informou a nota.

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Além disso, a secretaria informou que acompanha o caso desde o final de fevereiro, quando foram detectadas rachaduras na estrutura da construção e o prédio foi interditado. Na época, uma equipe do departamento de obras da Secretaria Municipal realizou vistoria e tomou as providências necessárias, transferindo para outra unidade próxima 420 estudantes que realizavam atividades de contra turno naquele bloco. No ano passado, a Secretaria Municipal da Educação informou que realizou 428 intervenções em unidades das dez regionais e que cerca de R$ 4,5 milhões nas obras foram investidos nas obras.

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