Lata velha, não!

A lataria deve estar completamente enferrujada e o carro socado no chão. Com esse visual agressivo, ao estilo do clássico filme norte-americano “Mad Max”, o corretor de seguros Carlos Cobbo transformou seu Fusca em um modelo conhecido internacionalmente como Rat Rod. Ao contrário dos conhecidos “Hot Rod”, que são uma restauração ao estilo original dos veículos clássicos dos anos 40, 50 e 60, neste caso o que vale é exibir a personalidade do dono do veículo em cada detalhe.

Foi assim que o corretor transformou seu Fusca em um “Rat 74” em referência ao ano do veículo. O gosto pelos carros começou desde cedo. “Meu primeiro carro foi um Fusca e adoro este modelo. É um carro muito querido pelas pessoas, pois se você não tem, ou teve um, ao menos um passeio dentro de Fusca todo mundo já fez”, afirma. Muitos anos após ter seu primeiro carro, Carlos decidiu dividir essa paixão com os filhos. Mas para surpresa dele, o que era pra ser um presente para o filho se transformou em um novo hobby.

Fusca tem estilo aos carros do filme "Mad Max". Foto: Felipe Rosa.
Fusca tem estilo aos carros do filme “Mad Max”. Foto: Felipe Rosa.

“Quando meu filho mais velho completou 18 anos dei um Fusca para ele, pois foi meu primeiro carro e é um excelente veículo principalmente pra quem está começando. Passados alguns anos, meu outro filho completou 18 anos e quando disse para ele que havia comprado um Fusca que era dele, ele olhou pro meu celular e preferiu o telefone. Ele ficou com o celular e eu peguei o Fusca pra mim”, lembra. Para transformar o carro, ele passou seis meses trabalhando para que o carro ficasse o mais cômodo possível internamente. Já na parte exterior, o tratamento foi para acelerar a ferrugem no carro.

Mistura de estilos

“Existem dois estilos para carros personalizados dessa maneira. Um é Rat Rod, que surgiu no exterior quando o pessoal adquiria esses carros como movimento de contracultura e por conta dos altos preços dos veículos novos. Já o Hood Ride valoriza a cultura da ferrugem, sendo que é necessário um processo para induzir a oxidação sem que haja o apodrecimento da carroceria”, explica. Após lixar toda a tinta da lataria do Fusca, ele deixou o veículo exposto ao tempo após aplicar uma solução com água e sal.

“Meu carro tem um pouco dos dois estilos. Coloquei uma corda, pois o pessoal sempre brinca que terei que arrastar o carro. Decidi usar como decoração. Outra mudança foi o teto solar. Na realidade não paramos de mexer, porque estamos sempre tentando deixar o carro ainda mais com a nossa cara”, diz.

Várias pessoas da família de Carlos têm um fusca. Foto: Felipe Rosa.
Várias pessoas da família de Carlos têm um fusca. Foto: Felipe Rosa.

Além de Carlos, mais colecionadores se reuniram para fundar o RAT SJP, que organiza um calendário com exposições dos veículos que fazem as pessoas torcerem o pescoço na rua de tanta curiosidade. “Durante o domingo que antecede o Natal estaremos na Rua XV, no centro de São José dos Pinhais, para exibir os veículos do grupo. É uma oportunidade das pessoas que vêm fazer compras conhecerem um pouco dessa cultura”.

Fusqueiras do Paraná

Com o Rat 74 completo, Carlos passou a frequentar eventos de colecionadores e amantes de carros. Foi quando a esposa do corretor, Marines Cobbo, decidiu entrar na brincadeira e também comprou um Fusca. “Hoje temos até um grupo chamado ’Fusqueiras do Paraná’. é uma excelente oportunidade para fazer amigas e mostrar que a mulherada não fica atrás dos homens”, afirma.

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Samuel Bittencourt

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