O colar com um “D” no pescoço mostra que ainda vive de forma intensa o amor que Gislaine tem pela filha Daiane, que se foi há um ano e meio. Com 16 anos, a adolescente não resistiu a uma rara complicação no coração – enfermidade que a fez morar no hospital Pequeno Príncipe por quinze anos.
Mas, além da saudade, Daiane deixou para a mãe uma missão: espalhar o bem e ajudar o próximo. Unir forças para fortalecer os que mais precisam. E é exatamente essa intenção que motiva Gislaine, até hoje, a arrecadar alimentos, roupas, medicamentos, fraldas e também dinheiro para amparar crianças e famílias necessitadas. “Ela vivia de sonhos, que, basicamente, eram de ajudar crianças ainda mais fragilizadas do que ela. O que eu faço é realizar o desejo da minha filha”, diz.
Com uma página no Facebook, intitulada “Sorriso de Menina”, Gislaine mantém vivas as lembranças da filha e também é por ali que recebe indicações de amigos, conhecidos ou é contatada por quem precisa de algum apoio – seja ele material ou psicológico. “Há crianças com câncer, outras com paralisia cerebral, há um que não tem os olhos desde que nasceu… É muito triste, mas com o apoio de outras pessoas eu tenho conseguido ajudar de alguma maneira”.
Com as memórias e muitas fotos, a mãe de Daiane escreveu um livro em homenagem à filha, que leva o mesmo nome da página na internet, e direciona a renda para um fundo, que será revertido em prol da reforma da biblioteca do Colégio da Polícia Militar do Paraná. “Era uma das coisas que ela queria muito”, diz.
As ações têm dado tão certo que ela já começa a organizar a abertura de uma associação, para expandir as atividades de ajuda.
Gislaine mantém, também, o quarto da filha quase da mesma maneira que foi deixado pela garota há mais de um ano. A casa da família fica em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba. É o lar de Gislaine, dos quatro filhos, do pai das crianças e de Beethoven, um cão da raça São Bernardo.
Cabelo raspado
Com três amigas que tiveram o câncer de mama diagnosticado há poucas semanas, Gislaine sentiu que precisava mostrar apoio de alguma maneira. Raspar o cabelo foi o jeito encontrado para demonstrar a solidariedade às amigas. “Quero que elas vejam que, nesse momento, o importante é vencer a doença. A aparência é algo que não pode deixar elas ainda mais para baixo”, garante.
Quem recebe, agradece
A alguns quilômetros da residência de Gislaine, mora Erika Coutinho Corrêa. Ela é mãe de Werick Jesus, 9 anos. A criança está há quatro anos em uma cama hospitalar – o motivo é uma paralisia cerebral, ocasionada por uma crise convulsiva, um ano depois de ele ter passado por uma cirurgia de remoção de um tumor no cérebro. Mesmo morando dentro de casa, as dificuldades são grandes.
“A minha única fonte de renda é o benefício que recebo do governo, mas um salário mínimo não paga nem metade das despesas que a gente tem com o Werick. Eu dependo dos outros”, explica. A irmã do menino, Brenda, também ajuda nas tarefas de casa e nos cuidados com o irmão.
Na visita acompanhada pela Tribuna, Erika recebeu das mãos de Gislaine dois pacotes de fraldas e um óleo infantil para a pele.
“Ela está sempre com a gente e isso é muito importante. Ela é um anjo abençoado que Deus colocou no nosso caminho. Ela faz o possível e o impossível para nos apoiar”, explica com um sorriso no rosto.
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Gislaine Sodré
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