Cores contra pichação

O penúltimo domingo de fevereiro foi transformador para a comunidade do Centro de Educação Infantil (CEI) Julio Moreira, no São Braz. No lugar da pichação – que há anos significou um problema sem solução para os diretores, principalmente no período de férias -, os muros da escola receberam cores e vida pelo trabalho de 48 grafiteiros voluntários.

Em um dia inteiro de trabalho, os voluntários  – entre eles um ex-aluno – conseguiram mudar a paisagem no entorno da escola. O muro branco e cheio de rabiscos apresenta agora obras de arte a céu aberto para quem quiser contemplar. “Ficou um trabalho maravilhoso. As crianças amaram, a autoestima delas melhorou bastante. Como os alunos são pequenos, eles têm o sentimento de pertença pela escola, então se vem alguém de fora estraga o espaço, eles ficam muito tristes”, avalia a diretora Laura Camillo Mariano.

Problema antigo da direção da escola foi resolvido. Foto: Ciciro Back
Problema antigo da direção da escola foi resolvido. Foto: Ciciro Back

A iniciativa, idealizada pela vice-diretora Mariluci dos Santos, também vai ajudar no trabalho em sala de aula, já que muitos desenhos abordam temas sociais e históricos, como uma provocação da música “Brasil”, pedindo para que “mostre a sua cara”; além de retratos do cientista Albert Einstein e de Minotauro, da mitologia grega.

“Procuramos conscientizar de que este é um bem público, que não é só de uma pessoa, mas de toda a comunidade. E o dinheiro pra restauração sai do nosso bolso”, explica Laura, que espera não se incomodar mais com a pichação.

Trabalho deu novo ânimo à garotada. Foto: Ciciro Back
Trabalho deu novo ânimo à garotada. Foto: Ciciro Back

Festa

Alunos, pais e toda a comunidade foram convidados para acompanhar o trabalho dos voluntários e fizeram do evento um dia de solidariedade. “Todos ajudaram, os vizinhos fizeram um almoço comunitário para os grafiteiros, cada um contribuiu com alguma coisa”, conta a vice-diretora.

Além disso, a solidariedade também partiu dos próprios artistas, que além da ação voluntária, não cobraram pelo material utilizado nas criações. “A escolha dos desenhos ficou por conta deles, que já estão acostumados a trabalhar em escolas. O resultado foi muito bom”, comemora Mariluci.

 

Várias temáticas foram exploradas nos desenhos. Foto: Ciciro Back
Várias temáticas foram exploradas nos desenhos. Foto: Ciciro Back

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