Caos da vizinhança

Foto: Lineu Filho.

Mato alto, acúmulo de vários tipos de lixo, animais mortos, ratos e usuários de drogas. São estes os principais problemas que rondam os moradores vizinhos de três terrenos baldios localizados na Rua Curupis, entre as ruas Amadeu do Amaral e Pinheiro Guimarães, no Santa Quitéria.

As reclamações sobre a situação estão na ponta da língua da população e já viraram até caso de polícia. O relato mais grave é sobre um homicídio que aconteceu recentemente no local, além do uso do espaço para esconderijo de bandidos e uso de drogas.

“Ando no meio da rua, com medo de alguém sair do mato”, conta a aposentada Marli Wernek, 73. Também é comum o descarte irregular de todo o tipo de lixo nos terrenos, como restos de jardinagem, lixo doméstico e materiais de construção. “Jogaram até um cachorro morto. Tem um restaurante que vem jogar resto de comida, de caranguejo”, diz.

Os três terrenos ficam muito próximos uns dos outros e atingem dezenas de famílias da região, que há anos tentam minimizar o problema. “Moro aqui há 25 anos e sempre foi assim. É mais o povo que tá cuidando mesmo”, lamenta a moradora Alielda Moura Lopes, 55.

Iniciativa dos moradores

“É o caos pra nós”, diz Robson. Foto: Gerson Klaina.
“É o caos pra nós”, diz Robson. Foto: Gerson Klaina.

Um dos moradores mais mobilizados é o aposentado Robson Licks, 58. “É o caos pra nós”, descreve ele, que já protocolou diversas solicitações na prefeitura e aos vereadores da região. Os pedidos resultam na roçada do mato, mas enquanto espera por uma solução definitiva, a população colocou a mão na massa.

A calçada em frente a um dos terrenos, por exemplo, foi construída pelos próprios moradores com restos de materiais de construção que foram jogados no local. Eles montaram ainda uma cerca para tentar proteger um córrego que passa por ali e plantaram flores. “Fizemos isso pra ver se segurava o lixo”, diz Licks. Também é comum os moradores chamarem a atenção de quem vai até os terrenos jogar lixo. “A gente não tem sossego”.

Cinco processos

Além do lixo, espaço serve de esconderijo pra bandidos e usuários. Foto: Lineu Filho.
Além do lixo, espaço serve de esconderijo pra bandidos e usuários. Foto: Lineu Filho.

Os três terrenos pertencem ao mesmo proprietário e, de acordo com a Secretaria Municipal de Urbanismo, a situação já resultou em cinco processos de limpeza. O processo mais antigo é de 2010. A responsabilidade por manter o local limpo é do dono da área, que é notificado a cada novo processo. Caso a limpeza não seja feita, o proprietário é multado. A secretaria informou que novo processo será aberto.

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