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Escrito por Paula Weidlich

Situada em um dos bairros com os maiores índices de violência e criminalidade de Curitiba, a Vila Vitória Régia, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), luta para voltar a ter um pouco mais de segurança

Situada em um dos bairros com os maiores índices de violência e criminalidade de Curitiba, a Vila Vitória Régia, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), luta para voltar a ter um pouco mais de segurança. No local, há pouco mais de sete anos havia câmeras de vigilância instaladas em pontos estratégicos do conjunto, sistema que integrava um projeto modelo mantido na época pelo Conselho de Segurança (Conseg) do bairro. Elogiado pela administração municipal e contando com o apoio da população, segundo a comunidade, ele evitava muitos crimes.

Moradores e comerciantes da Vila Vitória Régia pedem câmeras de segurança na região. Foto: Felipe Rosa.
Moradores e comerciantes da Vila Vitória Régia pedem câmeras de segurança na região. Foto: Felipe Rosa.

Mas desde que as câmeras foram retiradas das ruas, segundo os moradores, a situação só piorou. Por isso, muitos pedem a volta dos equipamentos. Entre os defensores da iniciativa está o vereador Toninho da Farmácia (PP), que solicitou à prefeitura a instalação de câmeras de segurança na Vila. “A instalação das câmeras ajudará a coibir ações violentas e auxiliará a Guarda Municipal e a Polícia Militar no combate à violência”, diz o vereador.

“Quando tinha as câmeras era mais seguro, era um sossego. Hoje está terrível, todos os dias são pelo menos cinco casas arrombadas, sem contar os sequestros relâmpagos com bandidos à mão armada. E ainda tem os roubos de celulares na rua e os arrastões nos ônibus. Temos muito medo até para trabalhar”, relata a comerciante B.*, 56 anos.

Moradora do bairro há mais de 30 anos, a aposentada S.*, 62, também apoia a instalação de novas câmeras e o que mais puder evitar a ação dos criminosos. “Tem muito bandido, ladrão e assaltos por aqui. Está tão ruim que as pessoas estão indo embora daqui. Com as câmeras, se tiver alguém para monitorar será ótimo”, observa.

Foto: Felipe Rosa.
Foto: Felipe Rosa.

‘Chover no molhado‘

Já para o aposentado J.*, 63, que acompanha de perto das discussões que envolvem a segurança na Vila Vitória Régia, o monitoramento com as câmeras não será capaz de coibir os roubos, furtos e demais crimes. “É chover no molhado, essas câmeras não vão resolver nada. Precisamos de uma atuação policial efetiva, de uma UPS (Unidade Paraná Seguro). As câmeras vão trazer uma falsa sensação de segurança‘, diz.

Ainda de acordo com o morador, o problema na vila está diretamente ligado ao consumo e tráfico de drogas. ‘O que mais acontece aqui é gente atrás de droga. E para poderem comprar esta droga, muitos bandidos aproveitam as oportunidades para roubar. Um crime leva ao outro. E aqui, tudo se resolve na bala‘, aponta.

*A identidade dos entrevistados foi preservada.

Aprovado!

Foto: Felipe Rosa
Foto: Felipe Rosa

Em outro ponto da cidade, no Orleans, São Braz e Santa Felicidade, bairros cortados pela Avenida Vereador Toaldo Túlio, comerciantes e moradores comemoram a tranquilidade trazida após a fixação de quatro câmeras de segurança, em 2016, após emenda proposta pelo vereador Mauro Ignácio (PSB).

Na Toaldo Túlio há atualmente duas câmeras conectadas à central operacional da Urbs – uma localizada quase na esquina com a Avenida Três Marias e outra em frente à Caixa Econômica, nas proximidades do número 3.100. Em Santa Felicidade, duas câmeras estão instaladas na Praça São Marcos, em frente ao terminal de ônibus do bairro.

Com loja na Avenida Toaldo Túlio há mais de um ano e meio, o comerciante C*, 43, conta que nunca enfrentou furtos ou roubos. “Nunca tive problemas na loja. O bairro e a rua estão tranquilos. É bom ter a câmera”, diz.

“É fundamental ter esses equipamentos, uma prevenção que sempre inibe a ação dos marginais. Vim de São Paulo e achei Curitiba e o bairro (Orleans) mais seguro”, opina o vendedor Robson de Castro, 30.

O aposentado F*, 75, reforça. “Qualquer coisa que aconteça ou seja feita para proteger só soma. Aqui já foi bem mais perigoso, mas agora está melhor”, explica o morador da região, que caminha quase todos os dias pela avenida.

Em nota, a Guarda Municipal destacou o auxílio que as câmeras prestam à segurança dos bairros e ressaltou a “criação de um convênio entre Governo do Paraná e Prefeitura de Curitiba para a interligação de todas as câmeras de segurança do município”. A reportagem também procurou a Polícia Militar, que destacou o seu posicionamento abaixo.

Veja a nota da GM na íntegra:

“As câmeras auxiliam no monitoramento de ações delituosas e na identificação de suspeitos. A Guarda Municipal mantém um Centro de Operações que conta com as imagens de câmeras já instaladas, para auxílio no trabalho de rotina que é realizado.
Pensando em utilizar a tecnologia a favor dos serviços de segurança pública e para uma resposta mais eficaz, a exemplo de grandes cidades mundo afora, está sendo elaborado um convênio entre município e governo do Estado para a interligação de todas as câmeras de monitoramento do município, incluindo equipamentos da iniciativa privada que estejam dentro de pré-requisitos mínimos, como qualidade de imagem. Desta forma, equipamentos públicos e privados terão uma plataforma única de comunicação, todas encaminhadas ao Centro Integrado de Comando e Controle da Segurança Pública do Paraná, para monitoramento das imagens de forma integrada.”
Veja a nota da PM na íntegra:
“A PM avalia que toda ferramenta utilizada pelo cidadão, respeitados os direitos e deveres de cada um, é válida e agrega para a segurança de todos. Inclusive é uma orientação da PM que os vizinhos se conheçam para que
possam agir em conjunto em qualquer situação de auxílio ao próximo. As comunidades que resolveram instalar câmeras de segurança e alarmes nas ruas para se ajudarem, por exemplo, contribuem com a Polícia. É necessário lembrar ainda que o contato de emergência com a Polícia Militar deve ser feito pelo telefone 190, que é universal e gratuito, ou seja, ainda o único meio que toda e qualquer pessoa, independente de condição econômica, tem para acessar a Polícia Militar de maneira rápida e eficiente”.
Foto: Felipe Rosa.
Foto: Felipe Rosa.

Sobre o autor

Paula Weidlich

(41) 9683-9504