No ano passado, a Regional Santa Felicidade recebeu o projeto piloto da ciclopatrulha urbana, realizada pela Guarda Municipal. A aproximação dos guardas com a comunidade agradou moradores e comerciantes da região, mas atualmente as bicicletas deixaram de circular pelo bairro. A corporação planeja reativar a iniciativa, mas não informou quando isso ocorrerá.
Na época, oito bicicletas foram compradas para o projeto e a escolha de Santa Felicidade se deu pelo destaque do bairro como referência turística e gastronômica na cidade. Para o presidente do Sindicato dos Servidores da Guarda Municipal de Curitiba (Sigmuc), Luiz Vecchi, nada passou de uma “jogada de marketing”, colocada em prática durante a Copa do Mundo.
“Não tem mais nada lá. A população clama para que a ciclopatrulha volte porque ela é eficiente. Mas tiraram, não houve investimento nem manutenção e tem um monte de bicicleta amontoada. É o dinheiro público mal aplicado”, critica Vecchi. Desde o ano passado, o sindicato cobra informações sobre o sucateamento do material.
“A bicicleta é um veículo ágil, nada onde a moto e o carro não conseguem andar, não polui e agrada a população. Ela aproximou a Guarda Municipal da população”, argumenta o presidente do Sigmuc. Além da Regional Santa Felicidade, ele aponta também a implantação da ciclopatrulha no eixo que liga o Jardim Botânico ao Parque São Lourenço.
Mais policiamento
Entre os comerciantes, o patrulhamento faz falta. “Estou aqui há 23 anos e vejo mais a Polícia Militar passando aqui e não vi nenhum guarda municipal de bicicleta”, comenta um comerciante da Avenida Vereador Toaldo Túlio, que preferiu não se identificar.
Outra empresária, que também preferiu o anonimato, não acredita na proposta e diz nunca ter visto a ciclopatrulha em ação pelas ruas da cidade.
“Bicicleta não funciona pra esse tipo de ação, tem que ser montado ou de carro potente pra ir atrás dos bandidos. Isso é fora da realidade do marginal que está armado. É a mesma coisa que sair com estilingue”, diz.
Previsão de retomada
Para a Guarda Municipal, o teste com a ciclopatrulha no ano passado “demonstrou que a presença desse policiamento moderno, feito em duplas, impõe respeito, amplia a sensação de segurança e aproxima os agentes da comunidade”. De acordo com a corporação, as bicicletas estão em manutenção no Núcleo Regional de Defesa Social de Santa Felicidade e o projeto deve ser retomado com ingresso dos novos guardas que serão selecionados no concurso que está em andamento. Novos guardas passarão por formação e capacitação específica, mas nenhum prazo para isso acontecer foi divulgado.
“O patrulhamento comunitário na regional está sendo efetuado por viatura e motocicletas em apoio à Polícia Militar. Também está em funcionamento na região a ação dos ’eixos monitorados’, com rondas, patrulhamento e saturações (permanência) ao longo de trechos e avenidas grandes. No primeiro semestre de 2015, foi realizada na Manoel Ribas e, no segundo semestre, acontece na Toaldo Túlio. É uma ação integrada com as polícias Civil e Militar”, informa, em nota.
Após a publicação da reportagem, a assessoria de imprensa do vereador Mauro Ignácio entrou em contato com a redação para informar que a ciclopatrulha na Regional Santa Felicidade foi garantida por emenda parlamentar de R$ 52 mil. “Com esse valor, foram adquiridas 12 bicicletas e, também, fardamento e equipamentos de proteção individual (EPI) para 24 guardas, para que os mesmos pudessem reforçar a segurança e aumentar a integração da Guarda Municipal com a comunidade”, detalha, em nota enviada à Tribuna.