A data do fim das obras já virou piada nos corredores (naqueles em que os passageiros podem circular) do Terminal do Santa Cândida: “fica pronto para a Copa, sim. Para a Copa de 2018”. Isso porque quem passa pelo local já se habituou a ouvir várias datas que não se cumpriram para o fim da reforma que entrou no pacote de melhorias na cidade para a Copa do Mundo de 2014. As obras, que iriam durar, no máximo, 18 meses, se arrastam por 42. A promessa da prefeitura é que até o final de dezembro, tudo seja finalmente entregue.
Apesar do bom humor, quem usa diariamente o terminal reclama. “Não tem espaço nos corredores para esperar o ônibus. Fica pior quando chove, porque esse telhado não protege nada e nem tem como abrir o guarda-chuva”, reclama a atendente Sibelly Almeida, 31 anos. Duas das pistas e dois corredores ainda estão fechados para o público, os túneis estão interditados, obras na pista são feitas por poucos funcionários da empreiteira, que contam estarem recebendo salários em atraso.
“Desde que as obras começaram [em maio de 2012], não tem nenhum telefone público aqui, as lojas foram tiradas, um desconforto total”, protesta o vigilante Cássio Lourenço, 26. A prefeitura afirma que as reformas estão com 83% do cronograma fixo executado e que os recorrentes atrasos foram causadas por atrasos de pagamentos, que vinham desde a gestão anterior, por causa de alterações no projeto, orçado em R$ 12 milhões e o descumprimento de prazos da empreiteira contratada, a Empo. Por este motivo, a empresa já foi multada seis vezes pela prefeitura, informa a Secretaria de Obras.
Quando finalizado, o terminal terá a área ampliada de 8,6 mil para 12,6 mil metros quadrados e ganhará nova área comercial, com espaço para carga e descarga de mercadorias para os lojistas (que serão escolhidos por licitação e instalados no subsolo), nova iluminação, paisagismo e acessibilidade.
Sucessão de atrasos
A reforma no Terminal do Santa Cândida entrou no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Copa para Curitiba e a reforma foi financiada pela Caixa Econômica Federal. Mas, desde o princípio, sofreu com atrasos no cronograma: o primeiro prazo previsto para o início das obras era em outubro de 2010, que foi sendo reprogramado até se efetivar com festa em 4 de maio de 2012. Daí em diante, várias datas de entrega da obra foram cogitadas, desde o “impraticável” outubro de 2012, até que se assumiu que não seria prioridade para o Mundial. Desde então, várias postergações foram feitas. Só este ano, a obra já foi prometida para março, julho e, agora, para dezembro.